Quinta-feira, 28 de Agosto de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 28 de agosto de 2025
Uma operação internacional entre autoridades brasileiras e lusitanas resultou na captura de uma advogada foragida em Portugal após condenação a 25 anos de cadeia como mandante da morte e ocultação do cadáver do próprio marido na cidade gaúcha de Campestre da Serra. O crime foi cometido em 2019 e o julgamento – à revelia – no dia 14 deste mês.
Os trabalhos foram coordenados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (Gaeco/MPRS). Participaram agentes das Polícias Federais de ambos os países, com apoio de forças de segurança da Espanha e da Interpol, a polícia internacional.
Investigações haviam apontado a localização da mulher, vivendo no país europeu desde 2023: um condomínio de alto padrão na cidade do Porto. A unidade especializada do MPRS obteve então na 1ª Vara Criminal do município gaúcho de Vacaria a emissão de uma ordem de busca internacional, bem como a manifestação de interesse na extradição da advogada.
Conforme o Ministério Público, a operação se deu no âmbito do projeto “Cumpra-se”, voltado à captura de foragidos da Justiça após serem alvo do Gaeco, bem como de quadrilheiros que rompem tornozeleira eletrônica e indivíduos que são alvos de ordem de prisão preventiva ou condenações pelo Tribunal do Júri em episódios de repercussão social e com vítimas menores de idade.
Relembre o caso
Conforme noticiado pelo jornal “O Sul” no dia 15 de agosto, a advogada e um homem foram sentenciados por júri popular com três dias de duração neste mês, na cidade de Vacaria. Ela como mentora intelectual, ele como executor do crime, que teria motivação passional.
Em setembro de 2019, o motorista de aplicativo de transporte Mateus Pereira de Campos, 33 anos e residente em Caxias do Sul (Serra Gaúcha), foi torturado, assassinado e teve seu cadáver ocultado – enquanto isso, a Polícia Civil tratava inicialmente o caso como desaparecimento.
Seu automóvel, um Nissan March branco, foi encontrado incendiado às margens da rodovia federal BR-116, no quilômetro 58. Já o corpo acabou localizado parcialmente sob a terra de um matagal, por um agricultor, 15 dias depois. Havia marcas de dois tiros e agressões, além das mãos amarradas.
A companheira de Mateus alegou em depoimento que o casal havia sofrido sequestro, mas a versão não convenceu os investigadores. Denunciada à Justiça, a advogada recebeu no tribunal (à revelia, pois já vivia em Portugal) uma pena de 25 anos. Já para o matador foi sentenciado a 29 anos de cadeia.
Um terceiro réu foi absolvido. Há também um quarto acusado, em processo à parte. Atuaram em plenário os promotores de Justiça Gustavo Alexandre Ritter e Ronaldo Lara Resende.
(Marcello Campos)
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