Quinta-feira, 12 de Junho de 2025

Home Política General Augusto Heleno diz que “não havia clima” para usar Abin na produção de relatórios contra as urnas

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O general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), afirmou nesta terça-feira (10), que “não havia clima” para usar a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), órgão vinculado ao GSI, para produzir relatórios com informações falsas sobre as urnas eletrônicas.

“De maneira nenhuma. Não havia clima. O clima na Abin era muito bom”, declarou Heleno.

O ministro Alexandre de Moraes, que conduz a audiência, ironizou: “Não fui eu quem fez a pergunta, general. Eu quero registrar nos anais do Supremo Tribunal Federal que foi o seu advogado.”

Em outro ato falho, o ex-ministro afirmou que “não havia oportunidades” para defender atitudes ilegais no governo. “O próprio presidente, com a declaração dele, cortou essa possibilidade”.

O general decidiu fazer uso do direito ao silêncio e responder apenas às perguntas da própria defesa no interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF). Ainda assim, Moraes leu todos os questionamentos que haviam sido formulados para constar na ata da sessão.

Ao responder às perguntas da defesa, o general deu sua versão para as declarações que fez na reunião ministerial de 5 de julho de 2022, quando afirmou ter conversado com o então diretor da Agência Brasileira da Inteligência, Vitor Carneiro, sobre a possibilidade de “infiltrar” agentes nas campanhas eleitorais dos adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Segundo Heleno, o objetivo era o “acompanhamento das eleições” para evitar novos atentados como o que aconteceu com Bolsonaro em 2018.

“Não havia intenção de mascarar esse procedimento”, alegou. “Não havia tempo para fazer infiltração. A ideia era acompanhar de perto o que acontecia.”

Na mesma reunião ministerial, Heleno defendeu que era preciso “virar a mesa antes das eleições”. Segundo o general, a declaração era uma referência a ações que poderiam ser tomadas para assegurar o “sucesso das eleições”.

O ex-ministro afirmou ainda que “aceitou” a derrota de Bolsonaro em 2022. “Tinha que aceitar. Não havia outra solução.”

O general alegou também que a agenda apreendida na casa dele, com anotações sobre fraudes na eleição, era um “documento particular”.

“Eu sempre fui adepto ao voto impresso. Mas era um a mais. Não tinha força para transformar aquilo em uma realidade”, alegou.

Outra pergunta da defesa foi sobre o documento apreendido pela Polícia Federal no inquérito do golpe, que previa a criação do “Gabinete Institucional de Gestão da Crise” após a anulação do resultado das eleições de 2022. O nome de Augusto Heleno consta como o chefe desse gabinete. O general negou ter tomado conhecimento sobre esse documentou ou sobre qualquer plano de golpe. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

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