Terça-feira, 08 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 7 de julho de 2025
Brynnley Beckman tem apenas 23 anos, mas já está pensando na aposentadoria. Ela leciona biologia para o nono ano na Shelton School, em Dallas (EUA), e contribui com 3% do seu salário para um fundo de aposentadoria oferecido pelo empregador. Ela espera aumentar sua contribuição em um ponto porcentual a cada ano.
“Eu queria começar a poupar cedo porque quanto mais o dinheiro fica investido, mais ele rende juros compostos, mais ele vai crescer”, afirma Beckman.
Como muitos de seus colegas da geração Z, definida aproximadamente como pessoas nascidas entre 1996 e 2012, Beckman está motivada a poupar.
De acordo com um relatório de 2024 da TIAA, que oferece serviços de planejamento de aposentadoria para funcionários dos setores de educação, saúde e sem fins lucrativos, 20% dos integrantes da geração Z estão poupando para a aposentadoria.
Eles também estão contribuindo para planos de previdência a taxas mais altas do que os millennials (1981/1995) quando entraram no mercado de trabalho, de acordo com um estudo da empresa de gestão de investimentos Vanguard de 2023.
“A geração Z em geral, e as mulheres em particular, estão começando a entender que quanto mais você poupa e investe, mais autonomia e liberdade você tem sobre sua vida”, diz Ryan Viktorin, planejador financeiro certificado e consultor financeiro da Fidelity Investments.
A independência financeira na vida adulta é a principal motivação de Beckman para colocar dinheiro em um plano de previdência privada dos EUA 403(b), que é semelhante a um 401(k), mas geralmente oferecido por escolas públicas, organizações sem fins lucrativos e instituições religiosas.
“Eu poderia me aposentar na idade em que eu quisesse, em vez de trabalhar por mais tempo, e ter liberdade e segurança financeiras”, declara Beckman.
Por que a geração Z é melhor em poupar?
Especialistas financeiros atribuem a capacidade da geração Z de poupar mais cedo a mudanças de políticas e avanços tecnológicos.
Uma cláusula na Lei Secure 2.0, que entrou em vigor no final de 2022, exige que funcionários elegíveis sejam automaticamente inscritos em novos planos de previdência privada 401(k) e 403(b), com a opção de cancelar.
“A inscrição e as contribuições-padrão realmente contornam esse componente de comportamento humano e simplesmente fazem as pessoas começarem cedo”, afirma Melody Evans, consultora de gestão de patrimônio da TIAA.
A Lei Secure 2.0 também exige que os planos ofereçam escalonamento de contribuição – a opção de aumentar as contribuições em pelo menos um ponto porcentual anualmente até que pelo menos 10% do salário de um funcionário seja poupado.
Para trabalhadores como Beckman, que ainda estão a pelo menos 30 anos da aposentadoria, esses recursos podem reduzir em 60% a probabilidade de ficarem sem dinheiro durante a aposentadoria, de acordo com um estudo recente do Employee Benefit Research Institute.
Aplicativos de orçamento, podcasts e webinars sobre finanças pessoais também ajudaram a geração Z a entender melhor o básico de poupar e investir.
Desde 2020, jovens de 18 a 35 anos representam 64% dos novos usuários do aplicativo de microinvestimentos Acorns, de acordo com uma porta-voz da empresa.
Para o Robinhood, um aplicativo de negociação de ações, 75% dos clientes são da geração Z ou millennials, disse Ally Liss, gerente de comunicação de produtos.
Alguns dos podcasts sobre educação financeira e investimentos especificamente voltados para a geração Z são Money Moves, How to Money, The Money With Katie Show e More Money.
A geração Z também é mais propensa a discutir finanças e estratégias de investimento com seus colegas – e com inteligência artificial, diz Viktorin.
Christopher Lind, um analista de negócios de TI de 25 anos no Condado de Palm Beach, Flórida, afirma que frequentemente recorre ao Gemini, o chatbot de IA do Google, para entender melhor a aposentadoria e os impostos.
“Faço muitas perguntas à IA sobre essas coisas porque acho que seria impossível saber tudo isso a menos que você trabalhe com isso”, declara.
Não importa a ferramenta, o foco na educação financeira está funcionando. Em 2022, 39% dos jovens de 23 anos possuíam ações, contra 31% dos jovens de 23 anos em 2007, de acordo com Ana Hernández Kent, pesquisadora sênior do Federal Reserve Bank de St. Louis.
Os saldos de ações entre a geração Z também estavam mais altos em 2022, com uma mediana de US$ 4.400 contra US$ 3.900 entre os millennials. “Embora essas diferenças sejam pequenas, o início mais cedo para algumas famílias da geração Z pode se traduzir em ganhos compostos mais poderosos”, diz Kent.
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