Segunda-feira, 25 de Agosto de 2025

Home Brasil Governo Lula aposta em ganho político com tarifaço

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Mesmo com as pesquisas de opinião apontando para uma polarização no âmbito do tarifaço, integrantes do governo Luiz Inácio Lula da Silva avaliam que ainda existe “margem” para que gestão petista continue faturando no debate sobre a soberania nacional. Na visão de interlocutores, essa discussão não se esgotou e deve perdurar até as eleições presidenciais do ano que vem. Além disso, no cenário interno, para a gestão petista, a melhora da imagem do presidente nos levantamentos pode facilitar o ambiente no Congresso Nacional.

As avaliações vêm sendo feitas nos corredores do Palácio do Planalto na esteira da pesquisa Genial/Quaest, divulgada na quarta-feira (20), que mostra que, para quase metade dos brasileiros (48%), Lula e o PT estão fazendo o que é mais certo em relação ao tarifaço aplicado pelos Estados Unidos aos produtos brasileiros. Um percentual menor, de 28%, por outro lado, considera que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados estão corretos. Para 15%, nenhum dos dois lados está agindo certo.

Por conta desse cenário positivo apontado pelas pesquisas, uma ala do Executiva acredita que Lula ainda continuará colhendo frutos decorrentes da ofensiva contra o Brasil, capitaneada pelo alinhamento entre Trump e a família Bolsonaro.

O mesmo grupo que faz essa avaliação admite, porém, que há risco de os Estados Unidos voltarem a escalar as pressões contra o governo brasileiro e o Judiciário. No mês que vem, por exemplo, está previsto o início do julgamento de Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), fator que pode levar a Casa Branca a adotar novas sanções contra autoridade brasileiras.

Nos bastidores, inclusive, interlocutores do governo reconhecem a possibilidade de os americanos estenderem, por exemplo, os efeitos da Lei Magnitsky para todos os integrantes da 1 turma do STF, ala que será responsável pelo julgamento de Bolsonaro. Atualmente, só o ministro Alexandre de Moraes foi alvo dessa sanção em específico.

A única dúvida que paira neste momento é se essa reação da Casa Branca será antes do julgamento em si, como forma de coibir uma condenação do aliado brasileiro, ou se Washington vai esperar a Corte brasileira ter maioria sobre o assunto para, depois disso, anunciar novas retaliações ao Judiciário do país.

A análise feita nos bastidores do Executivo leva em conta o fato de que, até agora, o governo Trump adotou diversas sanções mirando o STF e o governo Lula e, portanto, não faz sentido silenciar justamente quando o Supremo, enfim, leva à frente o julgamento de Bolsonaro.

Nas palavras de um interlocutor, depois de tudo que foi feito pelos Estados Unidos, é “evidente” que Trump terá que mexer as peças do xadrez sob pena de ficar “desmoralizado”. Esse é o argumento que tem embasado a previsão feita nos corredores do Palácio do Planalto.

Já no cenário interno, o desempenho de Lula nos levantamentos da Genial/Quaest trouxe alívio para o governo, que aposta que isso impactará em uma melhora no ambiente do Congresso para as pautas de seu interesse. A avaliação acontece após o Executivo ter sofrido uma grande reviravolta em torno da formação da Comissão Parlamentar Mista (CPMI) que vai investigar as fraudes no INSS.

Para fontes, o ponto-chave para o governo reduzir os desgastes da comissão é organizar sua base no Parlamento. Nos bastidores, interlocutores admitem que a articulação “baixou a guarda” no momento da formação da CPMI e possibilitou que a oposição assumisse postos estratégicos.

A instalação da CPMI ainda não agrada o governo, mas, com o fato posto, resta ao Planalto construir os próximos passos. De acordo com fontes, uma das possibilidades é costurar acordos em torno das convocações no âmbito da comissão. Com informações do portal Valor Econômico.

 

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