Terça-feira, 16 de Dezembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 15 de dezembro de 2025
O governo federal criou 4,1 mil novos cargos comissionados desde o início da atual gestão, em janeiro de 2023, e atingiu o maior número de ocupações de confiança da história da administração pública federal – 50,4 mil cargos em outubro de 2025.
Os dados fazem parte de um levantamento do Farol da Oposição, do Instituto Teotônio Vilela, ligado ao PSDB, e foram confirmados pelo Estadão no Painel Estatístico de Pessoal, mantido pelo Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos.
O governo alega que as nomeações são fruto da reorganização de ministérios que Lula fez ao assumir o poder em 2023 e que os novos comissionados não geram novas despesas, pois houve transformação de cargos já existentes que estavam vagos ou obsoletos.
O número reúne cargos de livre nomeação e exoneração destinados às atribuições de direção, chefia e assessoramento no governo. São servidores públicos e pessoas de fora da administração pública que ganham cargos de confiança. Mais da metade (53%) corresponde à administração direta federal, como é o caso dos ministérios. O restante inclui as autarquias e fundações.
Os órgãos que possuem mais cargos comissionados são INSS (3.984), Ministério da Fazenda (2.697), Polícia Federal (2.001), Ministério da Gestão (1.994), IBGE (1.914), Ministério da Saúde (1.707) e Presidência da República (1.646), incluindo os chefes e técnicos que trabalham nesses locais.
Os ministérios que mais aumentaram o número de cargos comissionados entre o fim do governo Jair Bolsonaro e o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, foram Fazenda, Gestão, Agricultura, e Trabalho e Emprego, além de outras pastas que foram criadas e desmembradas na atual gestão.
Lula tem 38 ministérios e chegou a ter 39, com a pasta extraordinária dedicada ao socorro à tragédia climática no Rio Grande do Sul. Bolsonaro deixou o Palácio do Planalto com 23, mas foi o presidente que mais criou cargos comissionados. Foram 13,4 mil novas vagas só em 2022, o último do mandato – nos três primeiros anos de governo, o número manteve-se estável.
O Ministério da Gestão afirmou que o aumento se deve à reestruturação ministerial planejada ainda durante a transição de governo, que resultou no desmembramento e na recriação de pastas. “Toda a adequação das estruturas foi feita a partir da redistribuição e transformação de cargos já existentes”, disse o ministério.
Segundo o órgão, não houve geração de “novas despesas” para o governo federal e 80% são funções de confiança preenchidas exclusivamente por servidores efetivos. Os demais órgãos não comentaram. (Com informações de O Estado de S. Paulo)