Segunda-feira, 09 de Dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 11 de novembro de 2024
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai reforçar a pressão junto a parlamentares pela PEC (proposta de emenda à Constituição) da Segurança Pública após a execução de um empresário no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
O objetivo é, em encontros com deputados e senadores, ressaltar que a proposta torna compulsório o compartilhamento de informações entre as polícias, o que é considerado fundamental para combater o crime organizado.
O empresário morto em Guarulhos, Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, era investigado por envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e havia fechado um acordo de delação para entregar informações sobre a organização e esquemas envolvendo policiais.
“Padronização de dados e metodologia uniforme é fundamental para combater o crime organizado que atua nacionalmente e até internacionalmente”, diz uma fonte do governo Lula. “[Atualmente] cada força se acha “dona” das informações e não as compartilha com as demais.”
A PEC da Segurança Pública foi apresentada no dia 31 de outubro numa reunião de Lula e outros integrantes do governo federal com governadores.
Na ocasião, alguns se mostraram reticentes – caso de Ronaldo Caiado (União), de Goiás, que disse a proposta era uma “invasão” nas funções dos estados que Goiás não tinha problemas de segurança na mesma proporção que outros estados – Lula, em resposta, ironizou e disse que “Goiás é único estado que não tem problema de segurança” no Brasil.
Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) argumentou que seria necessário ir além do que está previsto na PEC e propôs que os estados se reunissem para apresentar propostas.
Segundo informações do blog da jornalista Andréia Sadi, do portal g1, o governo federal comemora o fato de Tarcísio não totalmente contrário à PEC, e sinalizou disposição para mudanças.
Delação
O delator do PCC, foi ouvido no dia 31 de outubro na Corregedoria da Polícia Civil sobre a denúncia de que policiais civis estavam cometendo extorsão. O depoimento foi dado oito dias antes de ele ser executado.
A informação foi divulgada por Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, em coletiva de imprensa nessa segunda-feira (11).
“A Corregedoria da Polícia Civil, no dia 31 de outubro, ouviu na sede de Corregedoria o indivíduo Vinicius. Ele foi ouvido por conta de termos recebidos extratos dessa delação no Ministério Público, nós ainda não tivemos acesso a delação, mas extratos dela – onde ele falava nome de policiais civis que teriam, de alguma maneira, participado extorsão contra ele. O primeiro a ser ouvido foi o próprio Vinicius”, afirmou Derrite.
“O inquérito foi instaurado na Corregedoria para que ele pudesse apontar os nomes e quais desvios de conduta, esses policiais civis teriam cometido”, completou.
Em março, o empresário fechou um acordo de delação premiada com o MP com a promessa de entregar esquemas de lavagem de dinheiro do PCC e crimes cometidos por policiais. Gritzbach acusou um delegado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa de exigir dinheiro para não o implicar no assassinato do Cara Preta.
Além disso, forneceu informações que levaram à prisão de dois policiais civis que trabalharam no Departamento de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico.
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