Quarta-feira, 24 de Setembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 24 de setembro de 2025
O governo Trump ironizou Joe Biden e usou a imagem de uma caneta automática para representar o ex-presidente. A foto está em uma nova galeria da Casa Branca que reúne quadros de todos os presidentes dos Estados Unidos.
A “novidade” – como diz a legenda do post – foi divulgada na tarde desta quarta-feira (24) no perfil oficial da Casa Branca.
Em uma das imagens postadas, o atual presidente, Donald Trump, aparece conferindo os quadros da recém-inaugurada “calçada da fama presidencial”. Na outra, que tem apenas um emoji com dois olhos de lado na legenda, a foto da caneta automática aparece entre as duas fotos oficiais do republicano.
Um vídeo postado por uma assessora de comunicação do governo também viralizou na rede social X. Em sua conta oficial da Casa Branca, Margo Martin mostra vários quadros da galeria e faz piada na legenda:
“A Calçada da Fama Presidencial chegou na Colunata da Ala Oeste. Aguarde por isso…🖊️👀”, escreveu ela, colocando o emoji de uma caneta e terminando o vídeo com destaque para a substituição da foto de Biden.
Biden, que está afastado da vida pública e foi diagnosticado com câncer em maio, não se pronunciou ainda.
O autopen – caneta automática em português – é um aparelho utilizado para reproduzir assinaturas autênticas e os presidentes dos Estados Unidos o utilizam há décadas.
Em março, no entanto, Trump criticou o antecessor pelo uso e afirmou que parte dos perdões de Biden são inválidos porque teriam sido assinados por auxiliares em nome do então presidente e sem seu conhecimento. O governo do republicano chegou a anunciar que abriu uma investigação para apurar o caso.
Em entrevista ao jornal americano “The New York Times”, Biden admitiu o uso do “autopen” para emitir os perdões presidenciais no final de seu mandato, em janeiro deste ano, e garantiu que foi ele quem ordenou os perdões concedidos pelo seu governo.
O presidente Donald Trump e seus aliados alegavam que o democrata não teria participado das decisões por conta de um declínio cognitivo que começou a se manifestar durante a campanha eleitoral.
“Eu tomei cada uma daquelas decisões. Eu sei o quão vingativo Trump é. Todo mundo sabe. Então, sabíamos que fariam exatamente o que estão fazendo agora (risos). Minha família não fez nada de errado. (…) Eu simplesmente sei como ele age, então eu tomei conscientemente todas aquelas decisões [perdões presidenciais], entre outras”, declarou Biden.
Biden disse que o autopen foi utilizado para replicar sua assinatura por conta do volume de perdões concedidos, e seus assessores fizeram o uso do aparelho após ele ter dado ordem verbal para tal.
As “autopens” são usadas pelo governo dos EUA há décadas. No início, eles eram dispositivos analógicos usados para funções que necessitavam de múltiplas assinaturas, como a emissão de cheques por departamentos federais.
O perdão presidencial é um poder previsto na Constituição dos EUA. Na prática, o presidente pode conceder o benefício a qualquer pessoa, incluindo familiares e amigos. A jurisprudência considera o perdão presidencial um poder praticamente ilimitado.
Nos momentos finais de seu governo, Biden emitiu perdões para cinco membros de sua família e para funcionários de seu governo que poderiam virar alvos de processos pela gestão Trump, além de reduzir as sentenças de quatro mil condenados por crimes não violentos.
Trump diz que Biden não estava apto para ser presidente e que não governou nos últimos meses de seu mandato —alegação que vai contra laudo médico que aprovou a capacidade mental do democrata— e chama o uso do autopen nos últimos dias do governo Biden de um “acobertamento” de “um dos maiores escândalos da história do país”.
O republicano determinou que a procuradora-geral Pam Bondi e o conselheiro da Casa Branca, David Warrington, conduzam a investigação contra o governo Biden. O Comitê de Supervisão da Câmara pediu depoimentos por escrito de cinco ex-assessores do democrata.