Quinta-feira, 28 de Março de 2024

Home Brasil Greve de pilotos e comissários de bordo é cancelada após acordo com empresas aéreas

Compartilhe esta notícia:

Os pilotos e comissários de bordo das companhias aéreas dediciram cancelar a greve marcada para começar na próxima segunda-feira (29), após chegarem a um acordo com as empresas do setor neste sábado (27).

O impasse foi resolvido no Tribunal Superior do Trabalho (TST), onde foi apresentada ontem a proposta de renovação da Convenção Coletiva do Trabalho (CCT) da aviação com o referendo do subprocurador-geral do Ministério Público do Trabalho (MPT), Gerson Marques, e da União, representada pelo Advogado-Geral da União (AGU), Bruno Bianco, e do secretário executivo do Ministério do Trabalho e Previdência. O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), que representa Gol, Latam, Azul, ITA, Voepass e Latam Cargo, aceitou a proposta.

Os tripulantes concordaram neste sábado, em votação online, com a proposta, que inclui reajuste imediato equivalente a 75% do INPC dos últimos 12 meses nas partes fixa e variável do salário, além de um reajuste 100% do INPC dos últimos 12 meses nas diárias de alimentação nacionais e no vale-alimentação. Também está prevista a renovação na íntegra das demais cláusulas sociais.

Segundo o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), a votação teve 54% dos votos favoráveis à proposta, 45% contra e 0,76% de abstenções. No total, 6,9 mil tripulantes participaram da decisão.

Greve

A assembleia em que os trabalhadores decidiram deflagrar a greve havia ocorrido na última quarta-feira. Segundo o presidente do SNA, o comandante Ondino Dutra, houve participação de cerca de 700 funcionários das companhias aéreas.

O setor da aviação foi um dos mais atingidos pela crise no ano passado e ainda não se recuperou completamente. Para sobreviver ao impacto causado pela pandemia, as empresas criaram programas de licença não remunerada – que foram sendo reduzidos aos poucos. A Latam demitiu 2.700 tripulantes, mas voltou a contratar em julho.

Azul—Latam

A Azul está à procura de concretizar uma compra da Latam, promovendo uma fusão de duas gigantes dos áreas. Porém, o presidente do grupo Latam, Roberto Alvo, afirmou na manhã deste sábado que a companhia chegou a receber uma manifestação de interesse de compra da Azul em meio a seu processo de recuperação judicial, mas que a oferta foi considerada “incompleta” e “insuficiente”.

“Descartamos as ideias da Azul. Não era possível atuar sobre essa proposta. O conteúdo dela é confidencial”, afirmou em entrevista coletiva com jornalistas brasileiros.

A Latam apresentou no fim da noite de ontem seu plano de recuperação judicial, que inclui a injeção de US$ 8,19 bilhões (R$ 45,9 bilhões) no grupo por meio de uma combinação de capital novo, títulos conversíveis e dívida. A proposta será avaliada pela Justiça dos Estados Unidos, onde corre o processo de recuperação, no dia 27 de janeiro. Após isso, a empresa terá um período de exclusividade para negociar a aprovação do plano com credores.

A Azul, porém, vem mantendo conversas nos bastidores com os credores em torno de um plano alternativo, que lhe daria o controle da Latam. A proposta da Azul pode ganhar força, portanto, apenas se o plano da Latam for rejeitado pelos credores.

Alvo destacou que o plano apresentado já tem o apoio de 71% dos credores sem garantia. Pela lei de recuperação judicial americana (chapter 11), a companhia precisa de 66% deles para aprovar uma proposta.

“Esse plano tem tratamento equitativo para os stakeholders. Dá a possibilidade para credores grandes e pequenos participarem via bônus convertidos (em ações). Ele foi consensualmente acordado com credores e, assim, cumpre com o chapter 11”, afirmou o executivo.

A proposta da Latam prevê uma oferta de direitos de compra de ações no valor de US$ 800 milhões, que será aberta aos acionistas da companhia. Também serão emitidas três classes de títulos conversíveis, que serão oferecidos preferencialmente aos acionistas do grupo e, posteriormente, a determinados credores. Esses títulos devem somar US$ 4,64 bilhões.

O grupo ainda deverá levantar US$ 500 milhões em uma nova linha de crédito rotativo e aproximadamente US$ 2,25 bilhões em financiamento de dívida por meio de novos recursos, que podem ser um novo empréstimo a prazo ou novos títulos.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Derrotado por Doria nas prévias do PSDB, Eduardo Leite planeja estudar no exterior
Preço médio do etanol no Brasil registra primeira queda semanal desde julho. Valor mais caro é constatado no Rio Grande do Sul
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play

No Ar: Atualidades Pampa