Quarta-feira, 29 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 3 de setembro de 2025
A Polícia Civil gaúcha deflagrou nessa terça-feira (2) uma operação de combate a fraudes na venda de planos de saúde. Foram cumpridas ao menos 25 ordens judiciais de busca e apreensão em municípios do Rio Grande do Sul, Santa Cataraina, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraíba, mediante ação conjunta com colegas de forças de segurança de cada Estados.
Investigações realizadas pelo Departamento de Repressão aos Crimes Cibernéticos e da Delegacia de Investigações Cibernéticas Especiais da corporação apontaram que uma organização criminosa operava o esquema de forma sofisticada. Os envolvidos falsamente representavam uma tradicional empresa gaúcha do segmento.
O grupo utilizava empresas para forjar vínculos empregatícios fictícios, incluindo vítimas em planos empresariais legítimos da operadora, sem qualquer relação real de emprego. Os fraudadores prometiam planos particulares com descontos irreais para a realidade do mercado e ausência de carência, além de cobrar os valores por meio do sistema pix e de boletos bancários forjados.
“Uma vez contratado um plano particular, os criminosos incluíam o contratante no plano corporativo de uma das empresas, como se fosse mais um colaborador da pessoa jurídica eleita para viabilizar a fraude”, explicou a corporação no site pc.rs.gov.br.
Relatórios de inteligência financeira revelaram que as empresas investigadas movimentaram valores superiores a R$ 287 milhões entre as pessoas jurídicas ou físicas, sem justificativa econômica para tal. A quadrilha era hierarquizada por meio de uma estrutura piramidal, com diferentes níveis de liderança estratégica, núcleo financeiro, operacional, suporte e empresas societárias de fachada.
A Justiça determinou, ainda, o sequestro de R$ 5 milhões de cada um dos 26 investigados. Também foi determinado o sequestro de 17 veículos e três imóveis pertencentes a membros do grupo. O trabalho investigativo prossegue, em busca de identificação de possíveis beneficiários adicionais e de outras operadoras atingidas pela fraude cibernética e financeira.
Licitações
Em outra operação, o Departamento Estadual de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública (Dercap) deflagrou operação para desarticular esquema criminoso envolvendo fraudes reiteradas em licitações de empresas terceirizadas. Foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva em Porto Alegre, Mostardas e Butiá.
Também foram autorizadas medidas cautelares, como a quebra de sigilo de dados, o sequestro de bens móveis e imóveis, além da indisponibilidade de veículos de luxo vinculados aos investigados. Os crimes apurados envolvem falsidade ideológica, uso de documentos falso, associação criminosa e fraude em licitação.
A apuração levou ao detalhamento do “modus operandi”: custos operacionais das empresas eram reduzidos artificialmente, mediante a violação de direitos trabalhistas. Na lista estava o não pagamento ou atraso de salários, encargos e benefícios, gerando assim prejuízos significativos aos trabalhadores.
Uma dupla de empresários com histórico de envolvimento em fraudes voltou a ser alvo de apuração. Eles já haviam sido investigados pela Polícia Federal e Ministério Público por utilizarem empresas registradas em nome de “laranjas” – escolhidas dentre indivíduos humildes e sem instrução – para firmar contratos milionários com órgãos públicos.
Além da Polícia Civil, participaram da ofensiva agentes do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) e da Contadoria e Auditoria-Geral do Estado (Cage).
(Marcello Campos)
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