Domingo, 20 de Julho de 2025

Home Economia Guerra comercial: Etanol pode servir como barganha com os Estados Unidos, dizem empresários

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O etanol poderia ser usado como “barganha” em uma eventual negociação com os Estados Unidos, avaliam empresários que participaram de reunião do Grupo de Líderes Empresariais (Lide) promovida na sede da organização, na Avenida Faria Lima, em São Paulo. Com isso, o Brasil poderia oferecer alguma concessão nesse setor em troca de redução das tarifas impostas pelos americanos a produtos brasileiros.

Com o avanço da produção nacional, especialmente a partir do milho, participantes do encontro argumentaram que o atual nível tarifário aplicado pelos EUA ao etanol brasileiro poderia ser revisto.

Empresários destacaram que a produção de etanol de milho tem crescido de forma expressiva no Brasil, gerando outros produtos relevantes, como o grão seco por destilação (DDG), utilizado na alimentação animal.

Um dos presentes afirmou que talvez seja o momento de discutir uma equalização nas tarifas aplicadas ao produto, como parte de uma agenda propositiva de concessões bilaterais. Outros participantes da reunião chamaram atenção para a postura dos Estados Unidos, onde cerca de 38% da produção de milho é destinada à fabricação de etanol.

Parte dos presentes sugeriu que, caso os EUA decidam ampliar de 10% para 15% a mistura obrigatória de etanol à gasolina em todo o território, haveria um ganho de consumo de até 27 bilhões de litros, o que poderia abrir oportunidades de cooperação com o Brasil.

Ainda assim, foi ponderado que o etanol brasileiro, mesmo com eliminação tarifária, permaneceria fora do mercado americano em razão do preço.

Diante desse cenário, a avaliação entre os interlocutores foi de que o etanol poderia integrar o pacote de negociação com os Estados Unidos. Em caso de concessão por parte do Brasil, setores eventualmente prejudicados pela abertura comercial deveriam ser compensados internamente, com apoio de políticas públicas ou mecanismos de ajuste de mercado.

Questão comercial

Após a reunião, o ex-secretário da Fazenda de São Paulo, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, declarou que o encontro procurou “sair da questão política” e abordou a “questão comercial industrial”.

Questionado sobre se a operação da Polícia Federal (PF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro muda o cenário-base de que o Brasil conseguirá negociar com os Estados Unidos, Meirelles enfatizou que “não, principalmente porque as empresas americanas estão interessadas na negociação”.

O chefe de Comércio Exterior do Lide, Roberto Giannetti, afirmou que envolver questões políticas na discussão sobre tarifas entre Brasil e Estados Unidos é um erro que pode “custar caro” ao comércio bilateral. “Envolver a questão política nessa discussão foi um grande erro”, afirmou. Com informações de O Estado de S. Paulo

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