Terça-feira, 23 de Dezembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 23 de dezembro de 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) empossou nesta terça-feira (23) o novo ministro do Turismo, Gustavo Feliciano. O paraibano assumirá a cadeira de Celso Sabino.
Sabino foi demitido depois de uma ala de deputados federais governista do União Brasil, partido do qual foi expulso e que era responsável por sua indicação ao ministério, articular a troca de comando na pasta.
O paraibano é filho do líder da bancada negra da Câmara, Damião Feliciano (União-PB), e é aliado do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que confirmou ter conversado com Lula a respeito da indicação.
Membros da cúpula do União Brasil contrários ao governo Lula atribuem a articulação integralmente a Hugo Motta, que tenta melhorar sua relação com o Planalto de olho nas eleições de 2026, quando pretende lançar o pai, Nabor Wanderley, ao Senado.
Motta participou da cerimônia de posse de Feliciano nesta terça, no Palácio do Planalto, ao lado de outras lideranças do União, PP e PSD na Câmara dos Deputados. O governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), também esteve presente. Em conversa com jornalistas na última semana, o presidente da Câmara afirmou que defendeu ao petista o nome de Gustavo Feliciano.
“O que eu pude dizer é que eu conheço o Gustavo. Eu pude dar um testemunho favorável. Penso que ele vai ajudar o governo nessa interlocução com o partido [União Brasil] e acho que o presidente foi feliz na escolha do Gustavo para ser o ministro do Turismo”, disse Motta.
Na cerimônia desta terça-feira, Hugo Motta saudou Lula pela nomeação e avaliou que a decisão demonstra “sensibilidade política e a capacidade de agregar”. O deputado também afirmou que a gestão de Feliciano “contará com o apoio do Parlamento” e terá participação da Câmara.
Gustavo Feliciano foi indicado ao comando do Ministério do Turismo por uma fatia da bancada do União Brasil na Câmara que deseja estar alinhada a Lula nas disputas regionais de 2026. Em troca, segundo relatos, os deputados se comprometeram a ajudar o Planalto dentro da Casa.
Apesar do movimento, o novo ministro do Turismo não é filiado ao União Brasil. Ele integrou os quadros do partido entre 2022 e outubro de 2025. Antes, esteve filiado ao PDT e ao MDB.
Feliciano foi secretário do Turismo da Paraíba entre 2019 e 2021. Ele é filho da ex-vice‑governadora do estado Lígia Feliciano e do deputado federal Damião Feliciano. Nesta terça-feira, o novo ministro agradeceu publicamente às lideranças do União Brasil que o indicaram à pasta. Também fez questão de agradecer a Hugo Motta.
Em discurso, Gustavo Feliciano defendeu o investimento em ações turísticas e afirmou que o turismo tem “que ser de todos”. “Felicidade e alegria não pode ser questão social. Quanto mais turismo mais igualde. E quanto mais turismo mais emprego, mais renda”, declarou.
Saída de Sabino
A saída de Celso Sabino do comando do Ministério do Turismo foi anunciada na última semana, em uma reunião de balanço de Lula com ministros. Sabino estava à frente da pasta desde agosto de 2023.
O agora ex-ministro do Turismo havia sido indicado ao comando da pasta pela bancada do União Brasil na Câmara. Neste ano, porém, o partido decidiu romper institucionalmente com o governo Lula e obrigar seus membros a deixar cargos na gestão petista.
Sabino descumpriu a regra e foi expulso da legenda. O paraense decidiu permanecer na pasta de olho nas eleições de 2026, nas quais deseja disputar uma vaga ao Senado pelo Pará.
Em seu discurso de despedida, Celso Sabino repetiu seguidas vezes que agradecia a Lula pela “oportunidade” de chefiar a pasta do Turismo. Ele também agradeceu aos parlamentares do União Brasil que o indicaram ao cargo em 2023.
Sabino fez questão, ainda, de destacar o seu trabalho à frente da organização da COP30 (30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), ocorrida em novembro, em Belém (PA).
O evento foi um dos fatores que levaram o ministro a ignorar a ordem da cúpula do União Brasil e permanecer no ministério. Na ocasião, o cálculo era de que a conferência ajudaria a impulsionar a sua candidatura ao Senado em 2026.
“Dediquei todos os meus esforços, todo o meu empenho nesses últimos dois anos para honrar a sua confiança. Tenho orgulho de ter honrado meu estado do Pará com ações importantes. Destaco, entre elas, a COP30 – no início desacreditada. Quando disseram que não haveria infraestrutura, nós demos um show”, afirmou.