Quarta-feira, 15 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 14 de outubro de 2025
O grupo Hamas devolveu os corpos de mais quatro reféns para Israel nesta terça-feira (14). A entrega foi feita através da Cruz Vermelha, como no dia anterior, quando os restos mortais de mais quatro israelenses foram devolvidos ao governo de Israel.
“De acordo com informações fornecidas pela Cruz Vermelha, quatro caixões de reféns mortos foram transferidos para sua custódia e estão a caminho das Forças de Defesa de Israel (IDF) e da Agência de Segurança de Israel (ISA) na Faixa de Gaza”, anunciou o Exército israelense na rede social X, que seguiu pressionando o Hamas para entregar logo os 20 corpos restantes.
Às 19h18 do horário de Brasília, duas horas e meia depois do post informando sobre a devolução dos corpos, a Polícia de Israel fez um post informando que os quatro já estão no Instituto Médico Legal para serem identificados.
“Quatro caixões com os reféns mortos, escoltados pela Polícia de Israel, chegaram ao Instituto Nacional de Medicina Legal em Abu Kabir, onde o processo de identificação continuará. Oficiais forenses e voluntários da unidade odontológica da polícia estão preparados para identificar os mortos, juntamente com outros profissionais médicos e de identificação. Policiais e comandantes da Polícia de Israel abaixam a cabeça”.
Mais cedo, devido à demora do Hamas para entregar os restos mortais de todos os 28 reféns que morreram na Faixa de Gaza, Israel avisou à ONU que decidiu limitar a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.
Segundo a agência de notícias Reuters, o governo israelense permitirá a entrada de apenas 300 caminhões de ajuda humanitária — metade do número previamente acordado — em Gaza a partir desta quarta-feira (15), e nenhum combustível ou gás será autorizado a entrar no território, exceto para necessidades específicas relacionadas à infraestrutura humanitária.
Autoridades israelenses afirmam que o Hamas descumpriu o acordo de cessar-fogo assinado na semana passada, no qual o grupo se comprometeu a libertar todos os 48 reféns que estavam em Gaza, incluindo os corpos de 28 vítimas.
Na segunda-feira (13), além de entregar os primeiros quatro corpos, o Hamas libertou os 20 reféns vivos. No entanto, pediu mais tempo para a devolução dos demais, alegando não saber onde estão os restos mortais de todos.
Após a assinatura do cessar-fogo, a Turquia anunciou a criação de uma força-tarefa para buscar os corpos que continuam desaparecidos na Faixa de Gaza. A operação deve contar com o apoio dos Estados Unidos e de Israel.
Ainda nesta terça-feira, a ONU e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) pediram a abertura de todas as passagens fronteiriças da Faixa de Gaza para o envio de mais ajuda humanitária.
O porta-voz do CICV, Christian Cardon, disse em coletiva de imprensa que a abertura precisa ser feita “em caráter de urgência”.
“Pelo que sei, nem todas as passagens fronteiriças de Gaza estão abertas para a ajuda humanitária. Esse é o principal problema neste momento e é o que as organizações humanitárias, incluindo o CICV, reivindicaram nas últimas horas”, disse.
Já Jens Laerke, porta-voz do Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), disse que a organização tem 190 mil toneladas de ajuda prontas para envio a Gaza e pediu que as autoridades autorizem o aumento do fluxo de entrada.
O Exército israelense afirmou nesta terça-feira que atirou contra “vários suspeitos” que violaram as linhas de suas tropas na Faixa de Gaza. Cinco pessoas morreram no incidente, afirmaram autoridades de saúde palestinas.
Segundo as Forças de Defesa de Israel, os suspeitos cruzaram uma linha estabelecida para as suas tropas, prevista pelo plano de cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos e que prevê a retirada gradual de Israel do território palestino.
Segundo o comunicado da pasta, os suspeitos se aproximaram das tropas israelenses, que abriram fogo após “tentativas de afastar os suspeitos” não serem obedecidas.
Israel chamou o incidente de uma violação do acordo de cessar-fogo e pediu para que os palestinos “sigam as instruções” e não se aproximem.