Sábado, 05 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 4 de julho de 2025
O Hamas anunciou nesta sexta-feira (4) que aceitou uma proposta de cessar-fogo de 60 dias com Israel, apresentada pelos Estados Unidos. O grupo afirmou que está pronto para iniciar negociações finais sobre o mecanismo de implementação do acordo. Ainda não há data para que a trégua entre em vigor.
Segundo uma autoridade do Hamas ouvida pela agência Reuters, o grupo enviou aos mediadores do Catar e do Egito uma resposta considerada “positiva”, que deve “facilitar a obtenção do acordo”.
Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que havia apresentado um texto final para o cessar-fogo. Caso seja aprovado, será a terceira trégua desde o início da guerra, que já dura quase 21 meses.
Na terça-feira (1º), Trump disse que Israel havia concordado “com as condições necessárias para finalizar” o cessar-fogo, e que o período de 60 dias seria usado para avançar em negociações que buscam encerrar a guerra de forma definitiva.
Até o momento, o governo israelense não comentou as declarações de Trump. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu deve se reunir com o presidente dos EUA na segunda-feira (7), em Washington. Trump declarou que pretende ser “muito firme” ao cobrar de Netanyahu um cessar-fogo rápido em Gaza.
“Esperamos que aconteça. E esperamos que aconteça em algum momento da próxima semana”, disse Trump a repórteres mais cedo nesta semana. “Queremos tirar os reféns de lá.”
Neste período, o Hamas se comprometeu a libertar 10 dos cerca de 20 reféns israelenses que ainda estão vivos em Gaza, além de entregar os restos mortais de 18 reféns que morreram no cativeiro. De acordo com os negociadores, o Hamas se comprometeu a não realizar mais cerimônias de transferência, que geraram críticas da ONU. Em troca, Israel libertaria um número ainda não especificado de palestinos que estão em suas prisões.
O plano ainda prevê a retomada da entrada de ajuda humanitária através dos canais habituais, especialmente com as Nações Unidas e outras organizações internacionais, e não apenas pela controversa Fundação Humanitária de Gaza (GHF), apoiada por EUA e Israel mas questionada pelas Nações Unidas. Sobre a retirada das tropas israelenses, uma das questões mais controversas, a proposta prevê a saída das tropas de pontos pré-acordados no norte no primeiro dia de cessar-fogo, e do sul do enclave ao final das trocas de reféns.
A guerra na Faixa de Gaza começou em 7 de outubro de 2023, após terroristas liderados pelo Hamas invadirem Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo 251 reféns — a maioria civis.
Desde então, a campanha militar israelense matou mais de 56 mil palestinos, segundo autoridades controladas pelo Hamas. Grande parte do território de Gaza foi devastado, e a maioria da população está deslocada. A desnutrição generalizada é uma preocupação crítica.
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