Domingo, 23 de Março de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 26 de abril de 2023
Harry Belafonte, o astro que introduziu os ritmos caribenhos na música norte-americana e lutou pelos direitos dos negros, morreu na terça (25), em Manhattan, aos 96 anos, informou seu representante. O artista e ativista que rompeu barreiras morreu devido a uma insuficiência cardíaca em sua casa em Nova York.
Nascido no Harlem, de mãe jamaicana e pai francês da Martinica, o ator e intérprete de calipso passou a maior parte da infância na Jamaica antes de voltar a Nova York, uma mistura de culturas que influenciou sua música e sua luta pela igualdade racial. O calipso de Belafonte, gênero de música caribenha que bebia das influências da África Ocidental e da França, o levou à fama durante a prosperidade das cidades após a Segunda Guerra Mundial.
Ainda no início da carreira, Belafonte não fugiu das polêmicas. Em 1957, ele protagonizou o filme Ilha nos Trópicos, no qual interpretou um político em uma ilha fictícia envolvido em um relacionamento inter-racial.
Pioneiro
Seu terceiro álbum, Calypso, de 1956, foi o primeiro LP a vender mais de um milhão de cópias nos EUA. À medida que o movimento pelos direitos civis ganhava força, Belafonte assumiu um papel pioneiro que foi além do simples apoio moral – tornou-se um confidente de Martin Luther King e contribuiu com dinheiro para apoiar a causa. O ativista passou cada vez mais tempo na África e se tornou um dos artistas americanos mais importantes na luta contra o apartheid na África do Sul.
Também foi dele a ideia de gravar o hit de 1985, “We Are the World”, que reuniu uma constelação de estrelas do pop e do rock, incluindo Bob Dylan, Michael Jackson e Bruce Springsteen, para arrecadar dinheiro para combater a fome na África.
Belafonte não abrandou sua luta à medida que riqueza e fama cresciam. Ele atraiu críticas depois de chamar o presidente George W. Bush de “o maior terrorista do mundo” por liderar a invasão do Iraque, e atacou celebridades negras como Jay Z e Beyonce por não assumirem posições mais ousadas na justiça social.
Ele criticou tanto Barack Obama durante a primeira corrida presidencial do então senador em 2008 que Obama perguntou a ele: “Quando você vai me dar uma folga?”.
“O que te faz pensar que não é isso que eu tenho feito?” Belafonte respondeu.
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