Sexta-feira, 02 de Maio de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 1 de maio de 2025
A missão Dragonfly da NASA – uma aeronave movida a energia nuclear que irá explorar Titã, a maior lua de Saturno – acaba de alcançar um marco técnico fundamental em sua jornada até o espaço.
O projeto passou pela Revisão Crítica de Projeto da NASA, uma etapa determinante que assegura que todos os sistemas – tanto de hardware quanto de software – estão prontos para os próximos estágios de construção e integração final.
Com isso, a missão segue firme para seu lançamento programado para 2028. Trata-se de um passo crucial em uma jornada que pode redefinir nossa compreensão sobre a vida no universo.
Dragonfly integra o programa New Frontiers da agência espacial norte-americana e tem um orçamento estimado em US$ 3,35 bilhões (aproximadamente £2,5 bilhões).
O objetivo central da missão é estudar a superfície e a atmosfera de Titã, com foco em detectar elementos que possam revelar como a vida pode surgir e se sustentar em ambientes extremos.
Ao contrário das missões tradicionais com módulos de pouso fixos ou veículos terrestres, a Dragonfly será um drone científico voador. Impulsionado por um gerador termoelétrico de radioisótopos, o equipamento será capaz de se deslocar entre diferentes pontos de interesse na lua, realizando saltos de exploração.
Com oito rotores e projetado para voar na densa atmosfera de Titã – mais espessa que a da Terra – o veículo poderá voar com relativa facilidade, aproveitando também a baixa gravidade local.
Cada voo deve cobrir cerca de 13 quilômetros, permitindo que a missão cubra uma distância total de mais de 160 quilômetros ao longo de seus 2,7 anos previstos de operação – mais do que o dobro do que todos os rovers enviados a Marte já percorreram juntos.
Por que Titã é tão especial
Titã tem características únicas: maior que Mercúrio, conta com uma espessa atmosfera e lagos de metano e etano líquidos. Seu ambiente é rico em compostos orgânicos, o que o torna um dos candidatos mais promissores à presença de vida fora da Terra.
Durante a missão, a Dragonfly irá visitar múltiplas regiões, coletando e analisando amostras para detectar compostos orgânicos complexos e condições que possam ter sustentado formas de vida – seja no passado ou, quem sabe, ainda hoje.
A cientista principal da missão, Elizabeth Turtle, comentou: “Depois de anos de planejamento e testes, estamos empolgados para finalmente iniciar a construção da Dragonfly e preparar sua jornada extraordinária por esse mundo oceânico misterioso.”
A sonda pousará em uma área conhecida como Shangri-La, repleta de dunas semelhantes às dos desertos retratados no filme Duna. A partir dali, irá explorar locais estratégicos, como a cratera de impacto Selk, onde cientistas acreditam haver gelo e materiais orgânicos preservados.
Mesmo que não identifique vida diretamente, a Dragonfly poderá fornecer informações valiosas sobre os ingredientes fundamentais que tornam a vida possível – tornando essa uma das missões mais ambiciosas e científicas da era moderna.
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