Quarta-feira, 17 de Setembro de 2025

Home Economia Ibovespa renova mais uma vez o recorde de fechamento, aos 144 mil pontos: entenda o que impulsiona a Bolsa brasileira

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O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, a B3, encerrou nessa terça-feira (16), véspera de decisão dos juros no Brasil e nos Estados Unidos, em mais um novo recorde de fechamento, aos 144.062 pontos, alta de 0,36%. O mercado de ações no País acompanhou o otimismo das bolsas americanas.

Os investidores apostam em um corte dos juros nesta quarta-feira (17) nos EUA, aumentando o apetite por investimentos de maior risco, como ações em mercados emergentes.

O Ibovespa vem renovando, desde o dia 29 de agosto, novas máximas de fechamento. Esta é a quinta vez em 14 pregões que o principal agregado da B3 renova seu recorde.

Na visão de analistas, diversos fatores contribuem para os números. Além do corte de juro americano, que tende a “tirar” investidores das aplicações conservadoras americanas e estimulá-los a investir em outros mercados, como o brasileiro, há fatores locais contribuindo com as máximas da B3.

Para além da já precificada queda do juro americano, Luciano Telo, chefe de investimentos do suíço UBS WM no Brasil, vê a Bolsa brasileira surfando também na leitura de que a economia americana vai crescer menos que o anteriormente previsto, enquanto outros países, como o Brasil, crescerão mais.

Logo, o capital global busca novas oportunidades de investimentos, incluindo aqueles considerados baratos, como o Brasil, diz o analista: “O mundo está procurando outros mercados, ou seja, muito do crescimento da Bolsa vem pelos estrangeiros.”

Ações baratas

Historicamente, ele relembra, o Brasil registra médias entre o preço da ação e o lucro que elas devolvem ao investidor maiores que o atual patamar. É como se o valor das ações brasileiras estivesse descontado pelo que elas retornam, o que contribui para a atratividade. “É uma relação de quanto vale as empresas listadas versus a capacidade delas de gerar lucro. Historicamente, vendo o mercado brasileiro, estamos abaixo da média histórica”, afirma Telo, que vê condições de retomada da valorização das ações após três anos de estagnação.

O mercado também atribui a desvalorização do dólar e o maior apetite pela Bolsa à definição do julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF), que o condenou por 27 anos e três meses de prisão. Para Eduardo Grübler, gestor multimercados da AMW, a gestora da Warren Investimentos, as chances para um candidato mais competitivo à direita, que ataque a questão fiscal no próximo mandato, contribuem para o aumento do interesse do investidor estrangeiro pelos papéis locais:

“Os diferentes extremos se alimentam um do outro. Quando se enfraquece um dos lados, ou se tira um de cena, o outro também se enfraquece, abrindo espaço para um concorrente mais em linha com as diversas outras demandas do país.”

A ausência de retaliações tarifárias imediatas ao Brasil por parte dos EUA após o julgamento também favorecem o ambiente, diz Leonel Mattos, do banco de câmbio StoneX:Na semana passada havia preocupação grande por novas medidas de tarifas. E o fato de não ter novas medidas pela Casa Branca diminuiu preocupações da percepção de risco nacional”, afirma.

Uma pesquisa realizada mensalmente pelo Bank Of America com gestores de fundos da América Latina e divulgada nessa terça mostrou que o apetite a risco em setembro subiu ao maior nível desde 2021. Está em aproximadamente 35%, enquanto a aposta em investimentos com menor risco está abaixo de 20%.

A pesquisa, que ouviu 33 gestores que coordenam US$ 95 bilhões em investimentos, mostrou que a maioria deles vê o Ibovespa alcançando até 160 mil pontos no fim deste ano. Para o câmbio, a maioria vê o dólar na faixa entre R$ 5,11 e R$ 5,40, ante previsões há um mês do câmbio entre R$ 5,41 e R$ 5,70.

Houve um ligeiro aumento nas apostas para um corte no juro brasileiro em dezembro. Na pesquisa, o chamado trade eleitoral, quando os investidores vão buscar posições diante das eleições, deverá ser iniciado só no primeiro semestre do ano que vem. As informações são do jornal O Globo.

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