Sábado, 23 de Agosto de 2025

Home Economia Ibovespa salta 2,6% no último pregão da semana; dólar recua

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O Ibovespa acelerou fortemente os ganhos na sessão para mais de 2% nesta sexta-feira (22), com maiores apostas de um corte na taxa de juros norte-americana no próximo mês após o discurso do chefe do Federal Reserve, Jerome Powell, no simpósio de Jackson Hole.

A sessão desta sexta já começou com ganhos para o índice, mas a alta se acelerou para o Ibovespa no fim da manhã depois das falas do Powell, fechando com ganhos de 2,57%, a 137.968 pontos, aproximando-se dos 138 mil pontos. Na semana, o benchmark da Bolsa subiu cerca de 1%. Já o dólar comercial caiu 0,95%, a R$ 5,425 na compra e R$ 5,426 na venda.

Em Wall Street, o Dow Jones subiu 1,89%, a 45.631 pontos. O S&P 500 teve alta de 1,52%, a 6.466 pontos, enquanto o Nasdaq Composite avançou 1,88%, a 21.496 pontos. Todos os 11 subsetores do S&P 500 eram negociados em alta, com o setor imobiliário saltando 1,8%, enquanto o setor de consumo discricionário ganhava quase 2%.

Powell disse que a política monetária dos Estados Unidos pode precisar de ajustes, dada a mudança no equilíbrio de riscos.

Com isso, os operadores agora precificam uma probabilidade de quase 90% de um corte na taxa de juros pelo Fed em setembro, contra cerca de 75% antes dos comentários de Powell. A criação de vagas nos EUA desacelerou para uma média de apenas 35.000 por mês nos últimos três meses, abaixo dos 168.000 por mês durante 2024, conforme ele

Apesar de abrirem caminho para um corte de juros na reunião do Fed de 16 a 17 de setembro, as falas do chair também dão grande importância aos relatórios de emprego e inflação que serão divulgados antes disso.

Após o discurso, o Ibovespa, que avançava cerca de 0,8%, ganhou força e subiu em torno de 2%, revertendo a trajetória de queda acumulada na semana para um saldo positivo.

Agora, o índice caminha para fechar a sexta-feira com ganho semanal de cerca de 0,8%, após uma semana marcada por receios envolvendo movimentos do STF e o impasse entre Brasil e Estados Unidos.

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, reforçou que a fala do dirigente do Fed veio no sentido de sinalizar a possibilidade de corte de juros já em setembro. “Ele justificou essa visão com base na taxa de desemprego, que estaria se distanciando do nível de equilíbrio, o que exige atenção mais imediata. Em seu discurso, destacou que será necessário revisitar a política monetária, mas sem descartar o risco inflacionário”, aponta.

Para o especialista, o ponto central é que, desde março e abril, o Fed tem tratado o impacto das tarifas como algo pontual, buscando afastar a percepção de que haverá consequências inflacionárias duradouras. “No curto prazo, pode haver choques em alguns itens de forma escalonada, em setembro, outubro ou até janeiro, mas a interpretação é de que não haverá uma pressão que desancore as expectativas de inflação”, avalia.

Diante disso, o cenário abriu espaço para cortes de juros já na próxima reunião. Vale lembrar que alguns dirigentes defendem dois cortes ainda em 2025, mas a maioria sinaliza pelo menos um movimento. Com apenas três reuniões até o fim do ano, esse posicionamento parece fazer bastante sentido.

Além das indicações de cortes de juros, Powell buscou tranquilizar o mercado em relação a interferências políticas nas decisões do banco central, em meio a frequentes ataques do presidente americano, Donald Trump.

A sinalização é de que as decisões de política monetária serão tomadas somente em cima de dados e suas implicações para a perspectiva econômica e o balanço de riscos, e que essa abordagem jamais será deixada de lado pelos membros do comitê. “Essa postura firme é essencial para manter o nível de juros de longo prazo controlados, já que uma política monetária pouco confiável aumenta a precificação de risco de uma economia e, consequentemente, as taxas cobradas pelo mercado para investir em seus ativos”, ressalta.

 

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