Quarta-feira, 17 de Dezembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 17 de dezembro de 2025
Ibraoliva amplia articulação técnica e projeta avanço da olivicultura brasileira em 2026
A olivicultura brasileira encerra 2025 com um conjunto de avanços que reforçam a consolidação da atividade no país. O Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva) apresentou um balanço que destaca maior integração entre regiões produtoras, fortalecimento institucional e ampliação das parcerias técnicas, elementos que sustentam a expectativa de um ciclo de crescimento mais consistente em 2026.
Segundo o presidente Flávio Obino Filho, o ano marcou a expansão da atuação nacional do instituto, com maior aproximação entre produtores do Sul, Sudeste e regiões emergentes. A cooperação com a Assolive, referência na Mantiqueira, permitiu alinhar práticas de manejo, discutir adaptação de cultivares e fortalecer a troca de informações entre diferentes realidades produtivas.
A agenda internacional foi um dos pontos centrais de 2025. A visita de representantes do Conselho Oleícola Internacional (COI) a Campos do Jordão, São Paulo, Maria da Fé e Porto Alegre abriu espaço para debates sobre parâmetros de qualidade, análises sensoriais e exigências técnicas para azeites extravirgens. A aproximação reforça o objetivo de integrar o Brasil ao COI, ampliando acesso a protocolos internacionais e fortalecendo a competitividade do azeite nacional.
No campo da pesquisa, o convênio firmado com o Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) e com a Asolur, do Uruguai, estabeleceu bases para estudos conjuntos sobre manejo, comportamento varietal e respostas a estresses climáticos. A criação de um centro de referência em olivicultura no Rio Grande do Sul complementa esse avanço, ampliando a capacidade de formação técnica e difusão de conhecimento.
A defesa da qualidade ganhou destaque em um cenário nacional marcado por fraudes recorrentes em azeites importados. O Ibraoliva atuou como “amicus curiae” em ação do Ministério Público de São Paulo que busca ampliar a obrigatoriedade de análises sensoriais e físico-químicas, reforçando a necessidade de rastreabilidade e conformidade regulatória. A entidade também manteve posição técnica contrária ao uso de herbicidas hormonais como o 2,4-D, devido ao risco de deriva e danos às oliveiras.
Com bases estruturadas em 2025, o Ibraoliva projeta 2026 como um ano de intensificação da pesquisa aplicada, fortalecimento da qualidade e maior integração entre regiões produtoras, consolidando a olivicultura como uma atividade estratégica para o agronegócio brasileiro. (por Gisele Flores)