Quinta-feira, 23 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 23 de outubro de 2025
O rei Charles III e a rainha Camilla rezaram nesta quinta-feira (23) com o papa Leão XIV em uma visita histórica ao Vaticano para estreitar as relações entre a Igreja Anglicana e a Igreja Católica.
No momento de rezar com o pontífice, o monarca britânico e Camilla sentaram-se em tronos dourados no altar elevado da Capela Sistina, em frente ao “Juízo Final” de Michelangelo, enquanto o papa Leão XIV e o arcebispo anglicano de York presidiam um serviço ecumênico.
O evento marcou a primeira vez desde a Reforma que os líderes das duas igrejas cristãs, divididos há séculos por questões que agora incluem a ordenação de mulheres sacerdotes, rezaram juntos.
A música que acompanhava refletia uma herança musical anglicana e católica compartilhada: hinos eram cantados por membros do coro da Capela Sistina e por membros visitantes de dois coros reais: o coro da Capela de São Jorge do Castelo de Windsor e o coro infantil da Capela Real do Palácio St.James.
Caso Jeffrey Epstein
A visita ao Vaticano ocorre em meio a um contexto delicado para o monarca britânico, pois seu irmão Andrew enfrenta novas e comprometedoras revelações no caso do escândalo sexual de Jeffrey Epstein.
Na sexta-feira, 17, o Príncipe Andrew renunciou ao uso do seu título real, o Duque de York, completando uma queda em desgraça que começou há quase seis anos com uma desastrosa entrevista televisiva sobre suas ligações com o criminoso sexual condenado Epstein. O príncipe, de 65 anos, já havia sido afastado desde 2019 dos atos públicos da família real devido ao caso.
O escândalo que há muito tempo persegue o irmão do rei foi reaceso esta semana, após a publicação de um livro de memórias de Virginia Giuffre, acusadora de Epstein. Andrew negou as alegações de Giuffre.
O Palácio de Buckingham e o governo do Reino Unido estão sob pressão para retirar formalmente de Andrew seu ducado e título principesco, e expulsá-lo da mansão de 30 cômodos perto do Castelo de Windsor, onde ele mora.
Laços fortalecidos
Os anglicanos se separaram da Igreja Católica em 1534, quando o rei inglês Henrique VIII teve seu casamento anulado. Embora os papas tenham construído relações calorosas com a Igreja da Inglaterra e a Comunhão Anglicana em geral, durante décadas, em um caminho rumo a uma maior unidade, as duas igrejas permanecem divididas.
O culto na Capela Sistina, no entanto, marcou um novo passo histórico em direção à unidade e incluiu leituras e orações focadas no tema unificador de Deus, o criador.
Mais tarde, Charles também receberia formalmente um novo título e reconhecimento em uma basílica pontifícia que mantém fortes laços tradicionais com a Igreja da Inglaterra, a Basílica de São Paulo Fora dos Muros. O título de “Confrade Real” é um sinal de comunhão espiritual e foi retribuído por Charles: Leo recebeu o título de “Confrade Papal da Capela de São Jorge, Castelo de Windsor”.