Sábado, 24 de Maio de 2025

Home Economia Importações crescem e déficit comercial da indústria brasileira é o maior em 13 anos; entenda

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Antes mesmo de sofrer os impactos do tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o déficit comercial da indústria brasileira de transformação já começou a subir, depois de quatro anos em queda, de acordo com estudo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

E a piora veio principalmente de itens de média e alta tecnologia. Os de baixa tecnologia, mais ligados ao agronegócio, mantiveram-se em alta.

O déficit comercial saiu de US$ 12,9 bilhões no primeiro trimestre de 2024 para US$ 19,178 bilhões no início deste ano. E o déficit seria ainda maior, não fossem as importações de carros elétricos e híbridos que passaram a crescer menos ao serem progressivamente taxados desde o ano passado.

Os itens mais intensivos em tecnologia vêm perdendo espaço na pauta exportadora. Em 2005, eram responsáveis por 33% de tudo que era vendido para fora do País. No ano passado, essa parcela caiu para menos da metade, ficou em 14%.

“Essa situação tem a ver com a falta de dinamismo interno nosso e da necessidade de longa data de de modernização tecnológica, para o Brasil entrar nas cadeias de produção mais longas. O Brasil não construiu capacidade produtiva ao longo do tempo”, explica Rafael Cagnin, economista do Iedi.

E o quadro pode piorar ainda mais com a nova rodada de inovação tecnológica, com o avanço da inteligência artificial, alerta o economista.

“Vamos aprofundando esse déficit. Nos produtos eletrônicos já temos uma penetração de insumos importados relevante.”

Cagnin lembra ainda que, em 2008 e 2009, com a crise financeira global, houve um redirecionamento dos fluxos comerciais e a balança comercial da indústria de transformação foi se tornando sistematicamente deficitária. A estratégia de diversificação de mercados promovida pela China, depois da crise que atingiu os Estados Unidos e, nos anos seguintes, da crise da dívida na Europa, foi ocupar novos mercados.

“Nesse processo, nossos estudos mostraram que os produtos industriais chineses ocuparam mercados que a indústria brasileira atendia, sobretudo os mercados sul-americanos. A China está desenvolvendo seu mercado doméstico para torná-lo mais dinâmico. Mas até isso acontecer, o País permanece na busca de mercados alternativos para compensar a perda nos Estados Unidos”, afirma Cagnin.

Os Estados Unidos e a China negociaram nas últimas semanas e as tarifas de mais de 100% dos dois países foram reduzidas por 90 dias, o que diminuiu a pressão no comércio entre as duas maiores economias do mundo. (Com informações do jornal O Globo)

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