Quinta-feira, 07 de Agosto de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 7 de agosto de 2025
A Índia concordou em ampliar a cobertura – hoje bem limitada – do acordo de comércio preferencial com o Mercosul, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quinta-feira (7) após ligação com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.
“Recordamos, ainda, a meta de aumentar o comércio bilateral para mais de US$ 20 bilhões até 2030. Para isso, concordamos em ampliar a cobertura do acordo entre Mercosul e Índia”, escreveu Lula em nota, após a conversa.
O movimento acontece após o Brasil e a Índia, parceiros históricos dos Estados Unidos, tornarem-se alvos de Donald Trump nos últimos meses.
O tarifaço de Trump, que impôs sobretaxas que, somadas, chegam a até 100% sobre produtos dos dois países, reforçou o interesse mútuo em ampliar as relações comerciais.
A Índia ocupa posição estratégica no plano do governo federal para diversificar os destinos de exportação.
O governo brasileiro avalia que a Índia, o país mais populoso do mundo e que passou por um processo de industrialização nas últimas duas décadas, ainda é pouco explorada pelos exportadores nacionais.
Além disso, a pauta exportadora do Brasil para Nova Délhi é pouco diversificada: óleos vegetais, açúcares e petróleo bruto representam mais de 60% do total enviado.
O governo vê margem para ampliar as vendas de produtos como óleos vegetais, algodão, feijões e pulses, etanol, genética bovina e frutas. Correndo por fora, estão carne de aves, pescado, café e suco de laranja.
O principal entrave, no entanto, são as elevadas tarifas aplicadas pela Índia. O país não incluiu quase nenhum produto do agronegócio no acordo de comércio preferencial que mantém com o Mercosul.
Hoje, apenas 14% das exportações brasileiras para a Índia estão cobertas pelo acordo. O tratado, de alcance limitado, abrange 450 categorias de produtos, num universo de cerca de 10 mil, e prevê reduções tarifárias modestas, entre 10% e 20%.
A meta do governo brasileiro é negociar a inclusão de novos produtos, especialmente do agronegócio, negociar reduções tarifárias e buscar a retirada de barreiras comerciais.
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