Sábado, 04 de Maio de 2024

Home em foco Índia pode se tornar superpotência econômica? Veja o que os dados dizem

Compartilhe esta notícia:

A Índia deu início nessa sexta-feira (19) a maior eleição democrática do mundo. Estima-se que 960 milhões de pessoas, em um país de 1,4 bilhões de habitantes, sejam elegíveis para votação, que levará mais de um mês para ser concluída.

A expectativa é que Narendra Modi conquiste um raro terceiro mandato consecutivo de cinco anos como primeiro-ministro. Sob a sua liderança, a Índia está preparada para se tornar uma potência econômica do século 21, oferecendo uma alternativa real à China para investidores e marcas de consumo que procuram crescimento e para fabricantes que buscam reduzir os riscos nas suas cadeias de abastecimento.

Embora os laços entre Pequim e o Ocidente estejam se tornando cada vez mais desgastados, a Índia desfruta de relações saudáveis com a maioria das grandes economias e está cortejando agressivamente grandes empresas para instalarem fábricas no país.

Então, é justificado o entusiasmo em torno da Índia de Modi, que continua a ser um país em grande parte empobrecido?

Economia

Em 2023, a economia da Índia valia US$ 3,7 trilhões, tornando-a a quinta maior do mundo, tendo saltado quatro posições no ranking durante a década de Modi no cargo. A gigante do sul da Ásia está confortavelmente posicionada para se expandir a uma taxa anual de pelo menos 6% nos próximos anos, mas os analistas dizem que deveria ter como meta um crescimento de 8% ou mais se quiser se tornar uma superpotência econômica.

A expansão sustentada empurrará a Índia para uma posição mais elevada na classificação das maiores economias do mundo, com alguns observadores prevendo que o país se tornará o número três, atrás apenas dos EUA e da China, até 2027.

Infraestrutura

Tal como a China fez há mais de três décadas, a Índia está iniciando uma enorme transformação infraestrutural, gastando bilhões na construção de estradas, portos, aeroportos e ferrovias. Enquanto isso, investidores privados estão construindo a maior central de energia sustentável do mundo.

Só no orçamento federal desse ano, foram reservados US$ 134 bilhões para despesas de capital para impulsionar a expansão econômica.

Os resultados podem ser vistos no terreno com a construção frenética acontecendo em todo o país. A Índia acrescentou quase 55 mil quilômetros à rede rodoviária nacional, um aumento de 60% na extensão total, entre 2014 e 2023.

Nos últimos anos, o país também construiu uma série de plataformas tecnológicas – conhecidas como infraestruturas públicas digitais.

Em setembro de 2023, citando um relatório do Banco Mundial, Modi disse que graças à sua infraestrutura pública digital “a Índia alcançou metas de inclusão financeira em apenas seis anos, o que de outra forma teria levado pelo menos 47 longos anos”.

Alternativa à China

O governo Modi está tentando agressivamente capitalizar o enorme rearranjo em curso entre as empresas nas cadeias de abastecimento. As empresas internacionais querem diversificar as suas operações fora da China, onde enfrentaram obstáculos durante a pandemia e são ameaçadas pela crescente tensão entre Pequim e Washington.

A terceira maior economia da Ásia lançou um programa de incentivos ligado à produção no valor de US$ 26 bilhões para atrair empresas para estabelecerem produção em 14 setores, desde eletrônicos e automóveis até produtos farmacêuticos e dispositivos médicos.

Como resultado, algumas das maiores empresas do mundo, incluindo a Foxconn, fornecedora da Apple, estão expandindo significativamente as suas operações na Índia.

Empregos

Se for reeleito, Modi terá que enfrentar o enorme desafio de criar centenas de milhões de empregos para uma população que continua em grande parte empobrecida.

Com uma idade média de 29 anos, a Índia tem uma das populações mais jovens do mundo, mas o país ainda não é capaz de colher os potenciais benefícios econômicos da sua grande população jovem.

De acordo com um relatório publicado no mês passado pela Organização Internacional do Trabalho, os indianos instruídos entre as idades de 15 e 29 anos têm maior probabilidade de estar desempregados do que aqueles sem qualquer escolaridade, o que reflete “uma incompatibilidade com as suas aspirações e os empregos disponíveis”.

As taxas de desemprego juvenil na Índia são agora superiores aos níveis globais, acrescenta. Essa taxa entre os jovens indianos com pós-graduação era superior a 29%, quase nove vezes maior para aqueles que não sabem ler nem escrever, segundo o relatório.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de em foco

Trabalho no exterior: Suíça oferece qualidade de vida, segurança e altos salários, mas tudo no país é caro
O reconhecimento do Estado da Palestina está previsto desde 1947
Deixe seu comentário
Baixe o app da RÁDIO Pampa App Store Google Play

No Ar: Atualidades Pampa