Segunda-feira, 30 de Junho de 2025

Home Rio Grande do Sul Instituto-Geral de Perícias do Rio Grande do Sul lidera ranking nacional de análise balística de armas e projéteis

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O IGP-RS (Instituto-Geral de Perícias do Rio Grande do Sul) conquistou posição de destaque nacional entre os órgãos de polícia científica ao alcançar o primeiro lugar em dois dos três critérios avaliados pelo Sinab (Sistema Nacional de Análise Balística): número de inserções e de correlações balísticas. Os dados apresentados de janeiro de 2022 até o momento registram mais de 11.361 inserções e 20.501 correlações visualizadas.

O resultado é fruto de um trabalho estruturado, com rotinas consolidadas nos últimos três anos, com uso intensivo de tecnologia e inteligência pericial para contribuir com a elucidação de crimes envolvendo armas de fogo.

Sistema procura identificar padrões de criminalidades

Coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, o Sinab integra os bancos de dados balísticos de todo o país. A partir da inserção de informações sobre projéteis e estojos recolhidos em locais de crime ou em armas apreendidas, é possível identificar correspondências – chamadas de “hits” – que indicam conexões entre diferentes ocorrências, armas e suspeitos. Essas ligações podem revelar padrões de criminalidades e a circulação de armas entre os Estados.

“Esse resultado é o reflexo de um compromisso coletivo com a excelência técnica e com a inovação na perícia criminal. Liderar o ranking do Sinab não é apenas uma conquista institucional, mas uma demonstração de como o trabalho dos nossos peritos impacta diretamente na elucidação de crimes e na segurança da população gaúcha e brasileira”, avalia o diretor-geral do IGP-RS, Paulo Barragan.

Qualificação nos dados para a investigação

No Rio Grande do Sul, a Divisão de Balística Forense do IGP assumiu a responsabilidade por alimentar o BNPB (Banco Nacional de Perfis Balísticos) com um volume significativo de dados desde que o Estado aderiu ao sistema, em julho de 2022. Com dedicação de servidores e uso de dois equipamentos de alta precisão, o IGP atingiu o maior número de inserções no país, superando inclusive Estados mais populosos.

Antes, por exemplo, quando uma arma era periciada, o laudo de funcionamento era emitido e o trabalho era dado como concluído. Hoje, é preciso coletar padrões da arma – projéteis e estojos –, selecionar aqueles com maior riqueza de microelementos e inseri-los no sistema. Esse processo demanda mais tempo e especialização, mas gera um impacto muito maior na investigação criminal.

De calibres a conexões

O sistema balístico automatizado utilizado pelo IGP-RS, conhecido como IBIS (Sistema de Identificação Balística Integrado), permite análises com um nível de detalhamento sem precedentes. O processo começa com a coleta de vestígios em cenas de crime. Esses elementos são escaneados e comparados por algoritmos capazes de detectar padrões microscópicos deixados pelas peças internas da arma no momento do disparo.

A partir dessa comparação automatizada, o sistema sugere potenciais correspondências. O trabalho, então, passa para a etapa humana: o perito analisa visualmente as imagens geradas, seleciona os indícios mais promissores e confirma ou descarta os hits por meio do microscópio óptico.

Cada hit confirmado significa que o sistema identificou que dois ou mais crimes foram cometidos com a mesma arma de fogo. Isso pode transformar completamente uma investigação, especialmente em casos sem suspeitos.

Reconhecimento nacional e integração interestadual

Dois dos hits identificados pelo IGP-RS ultrapassaram as divisas estaduais. Foram casos relacionados a armas apreendidas no Rio Grande do Sul e que estavam envolvidas em homicídios cometidos no Paraná. As informações obtidas foram compartilhadas com a Polícia Federal, que atua na interlocução entre os Estados e o Ministério da Justiça.

Esses episódios reforçam a importância de manter uma rede de análise balística ativa em todo o país. Cada inserção feita por um Estado pode beneficiar uma investigação em outro, fechando lacunas e conectando peças de um quebra-cabeça criminal que, até pouco tempo, era impossível de montar.

O reconhecimento nacional representa a consolidação de uma cultura técnico-científica voltada à excelência pericial e ao fortalecimento da segurança pública por meio de dados, evidências e inteligência.

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