Terça-feira, 01 de Julho de 2025

Home Rio Grande do Sul Instituto-Geral de Perícias do RS lidera ranking nacional de análise balística de armas e projéteis

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O Instituto-Geral de Perícias do Rio Grande do Sul (IGP-RS) obteve o primeiro lugar em dois dos três critérios do ranking nacional dos órgãos estaduais de polícia científica, elaborado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP): número de inserções e de correlações balísticas. Trata-se do registro de dados sobre projéteis e similares recolhidos em cenas de crimes (ou armas apreendidas) e da identificação da correspondência (o chamado “hit”) desses itens a armas e suspeitos.

A estatística da pasta federal abrange o período desde janeiro de 2022 até agora. Durante esse período foram registradas ao menos 11.361 inserções e 20.501 correlações confirmadas.

“Esse resultado é fruto de um compromisso coletivo com a excelência técnica e a inovação no segmento, com um trabalho estruturado, com rotinas consolidadas nos últimos três anos, por meio do uso intensivo de tecnologia e inteligência pericial para contribuir com a elucidação de crimes envolvendo armas de fogo”, ressalta o IGP-RS. “São ligações que podem revelar padrões de criminalidade e mapear a circulação de armas-de-fogo entre os Estados.”

Diretor-geral do órgão, Paulo Barragan acrescenta: “Liderar o ranking do Sinab não é apenas uma conquista institucional, mas também demonstração de como o trabalho dos nossos peritos impacta diretamente na elucidação de crimes e na segurança da população gaúcha e brasileira.

No Rio Grande do Sul, a Divisão de Balística Forense do IGP assumiu a responsabilidade por alimentar o Banco Nacional de Perfis Balísticos (BNPB) com um volume significativo de dados desde que o estado aderiu ao sistema, em julho de 2022. Com dedicação de servidores e uso de dois equipamentos de alta precisão, o Instituto atingiu o maior número de inserções no país, superando inclusive estados mais populosos.

Antes, por exemplo, uma arma era periciada, o laudo de funcionamento era emitido e o trabalho estava concluído. Hoje, é preciso coletar padrões da arma (projéteis e “estojos”), selecionar aqueles com maior riqueza de microelementos e inseri-los no sistema. Esse processo demanda mais tempo e especialização, mas gera um impacto muito maior na investigação criminal.

Calibres e conexões

O sistema balístico automatizado utilizado pelo IGP-RS, conhecido como “Ibis” (sigla para “Sistema de Identificação Balística Integrado”), permite análises com um nível de detalhamento sem precedentes. Esse processo começa com a coleta de vestígios em cenas de crime. Esses elementos são escaneados e comparados por algoritmos capazes de detectar padrões microscópicos deixados pelas peças internas da arma no momento do disparo.

A partir dessa comparação automatizada, o sistema sugere potenciais correspondências. O trabalho passa então à etapa humana: o perito analisa visualmente as imagens geradas, seleciona os indícios mais promissores e confirma ou descarta os hits por meio do microscópio óptico.

Cada “hit” confirmado significa que o sistema identificou que dois ou mais crimes foram cometidos com a mesma arma de fogo. Isso pode transformar completamente uma investigação, especialmente em casos nos quais ainda não se tem suspeitos.

Ao menos dois dos hits já identificados pelo IGP-RS ultrapassaram as divisas estaduais. Foram casos interestaduais com o Paraná, envolvendo armas apreendidas no Rio Grande do Sul e homicídios cometidos em território paranaense. As informações obtidas foram compartilhadas com a Polícia Federal, que atua na interlocução entre os estados e o Ministério da Justiça.

Esses episódios reforçam a importância de manter uma rede de análise balística ativa em todo o país. Cada inserção feita por um estado pode beneficiar uma investigação em outro, fechando lacunas e conectando peças de um quebra-cabeça criminal que, até pouco tempo atrás, era impossível de montar.

(Marcello Campos)

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