Sábado, 18 de Outubro de 2025

Home Mundo Invasão secreta da CIA, sobrevoo de bombardeios: os sinais de que Trump está disposto a derrubar Maduro na Venezuela

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta semana que autorizou operações secretas da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) na Venezuela e disse estudar ataques terrestres contra cartéis de drogas. O movimento representa mais uma ação do governo norte-americano contra o regime de Nicolás Maduro.

As tensões entre Venezuela e Estados Unidos começaram a se intensificar em agosto, quando Washington anunciou o envio de navios e aeronaves militares para o sul do Caribe.

Pelo menos oito navios americanos, além de um submarino nuclear, estão em uma área próxima à costa venezuelana. As embarcações carregam armas e centenas de militares.

O governo norte-americano alega que conduz uma operação militar contra o tráfico internacional de drogas e já bombardeou uma série de barcos que estariam transportando entorpecentes.

Ao mesmo tempo, os EUA acusam Maduro de liderar o Cartel de los Soles, grupo classificado como organização narcoterrorista.

Em agosto, o Departamento de Justiça ofereceu uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão do presidente venezuelano.
Desde setembro, autoridades da Casa Branca ouvidas pela imprensa norte-americana vêm afirmando que os EUA estudavam a possibilidade de um ataque contra a Venezuela. Segundo o jornal “The New York Times”, o objetivo final de toda essa movimentação seria tirar Maduro do poder.

O que até então circulava apenas nos bastidores — e era tratado como hipótese por especialistas — começou a ganhar traços de realidade durante uma entrevista coletiva do presidente na Casa Branca, na terça-feira (14).

Trump confirmou informações reveladas pelo “New York Times” e admitiu que havia autorizado operações secretas da CIA na Venezuela, sem detalhar como elas funcionariam.

Segundo o presidente, as ações são necessárias porque a Venezuela estaria enviando drogas e criminosos para os Estados Unidos.

“Cada barco que destruímos, salvamos 25 mil vidas de americanos”, afirmou. “Certamente estamos olhando para a terra agora, porque temos o mar muito bem controlado.”

No mesmo dia, bombardeiros dos EUA sobrevoaram uma região muito próxima do território venezuelano.

Maduro reagiu criticando o que chamou de “golpe de Estado da CIA”. O governo venezuelano também classificou as declarações de Trump como belicistas.

Trump não quis responder se agentes de inteligência receberam autorização para matar Maduro. Por outro lado, o “New York Times” afirmou que “operações letais” também estão no radar e que as ações secretas podem mirar o líder venezuelano e seu governo.

Segundo o jornal, não está claro se a CIA já tem um plano traçado, se as operações de fato ocorrerão ou quando serão colocadas em prática. O que se sabe, até o momento, é que Trump autorizou que a agência aja contra a Venezuela por questões de segurança nacional.

Maurício Santoro, doutor em Ciência Política pelo Iuperj e colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha do Brasil, acredita que os movimentos dos EUA são, provavelmente, uma ação político-militar para tentar derrubar o governo de Nicolás Maduro.

Especialistas apontam que o acesso ao petróleo e às riquezas minerais da Venezuela também estaria no radar. Dados do Relatório Mundial de Energia de 2025 indicam que a Venezuela continua sendo o país com as maiores reservas de petróleo do mundo, com 302,3 bilhões de barris.

Santoro destaca que o aumento da concentração de tropas americanas no Caribe e o anúncio envolvendo a CIA indicam que os EUA podem estar se preparando para uma grande operação militar na Venezuela. Ele levanta algumas possibilidades, como:

* ataques a alvos de grande importância na Venezuela;

* tentativa de assassinar ou capturar líderes políticos e militares do país;

* provocar uma revolta popular contra o governo venezuelano por meio da força militar.

“O que os americanos estão planejando ainda não está claro, mas, sem dúvida, estamos na iminência de um ataque de larga escala. E, se isso acontecer, será a primeira vez que os Estados Unidos atacam militarmente um país da América do Sul.”

Embora a movimentação militar seja grande, Santoro acredita que ela ainda não é suficiente para invadir e ocupar um país de grande dimensão como a Venezuela.

Segundo Santoro, para convencer a opinião pública da necessidade da operação, o governo Trump aposta na narrativa de que existe uma organização criminosa a ser combatida. Ao mesmo tempo, a Casa Branca tem usado uma linguagem mais ligada à segurança pública do que à guerra.

“Esse é o tipo de linguagem usada quando você não planeja nenhum tipo de acordo. O governo americano tem dito que as autoridades da Venezuela são ilegítimas. Muitas vezes, o governo Trump se refere a Maduro como narcoterrorista”, afirmou.

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