Home boas noticias Inventário Participativo de Galópolis, em Caxias do Sul, dá voz à comunidade no levantamento dos seus próprios patrimônios culturais

Criado com a missão de promover a autonomia da sua comunidade na gestão dos patrimônios culturais, com destaque para a participação dos moradores em todo o processo de identificação do que é representativo para eles, o Ponto de Memória Inventário Participativo de Galópolis retomou as suas atividades em maio em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha. Desde então, o salão do campo de futebol da localidade foi palco de diversos encontros, que prosseguem quinzenalmente até novembro.

O projeto tem a coordenação geral de Geovana Erlo e gestão criativa de Juli Pandolfo. Geovana destacou que as pesquisas acerca dos patrimônios culturais do bairro caxiense iniciaram em 2020, dando origem, ainda naquele ano, ao podcast Memórias de Galópolis. Desde então, a comunidade se uniu e, de forma coletiva, passou a valorizar as referências materiais, imateriais e naturais da região. Esse processo contínuo, iniciado oficialmente em março de 2022, ultrapassa os 80 encontros.

“Desde o início da iniciativa, colocamos em prática o conceito da museologia social, que defende que os museus e as experiências museológicas sejam espaços de participação e uso comunitário. Há três anos, engajamos a população local em diferentes encontros para discutirmos temas ligados ao patrimônio cultural, e como ele está presente na realidade do bairro e do município até hoje”, comentou Geovana.

Ela pontuou que, como método, o grupo utiliza o inventário participativo, que se organiza em cinco etapas para alcançar o resultado almejado. Na primeira, os participantes identificam as referências culturais. Na segunda, um dos pontos é selecionado para o aprofundamento das pesquisas com base em acervos históricos disponibilizados pela própria comunidade, que ocorrem ao longo do terceiro ciclo. A quarta fase é marcada pela divulgação dos resultados do levantamento, e a quinta, pela autoavaliação do processo realizado, com mensuração de pontos positivos e tópicos que podem ser melhorados para a prosseguimento das atividades.

“A comunidade de Galópolis se transforma continuamente, modificando também as visões que as pessoas têm sobre o que é, ou não, patrimônio ou referência cultural. Por isso, nossas ações não são limitadas pelo tempo, pois as dinâmicas necessárias para os trabalhos surgem a partir dos próprios habitantes, que são os protagonistas desse processo”, salientou a historiadora.

Moradores de outros bairros

Os encontros do Ponto de Memória Inventário Participativo de Galópolis não se limitam somente a quem vive no bairro. Qualquer cidadão pode participar, tendo em vista que essa é uma forma de democratizar o acesso, a construção e a fruição do conhecimento produzido pela comunidade. Moradores de outras localidades de Caxias do Sul também fazem parte da sociedade que impacta e é impactada pela iniciativa. Não é necessário nenhum tipo de agendamento por parte dos interessados.

O Inventário Participativo de Galópolis é certificado como Ponto de Memória pelo Ibram (Instituto Brasileiro de Museus) e como Ponto de Cultura pelo Ministério da Cultura. Além disso, já recebeu premiações que reconhecem a sua função social. O projeto é financiado pela Secretaria Municipal da Cultura de Caxias do Sul.

Mais informações podem ser obtidas no site www.inventarioparticipativodegalopolis.com, no Instagram @inventariogalopolis, pelo e-mail inventariogalopolis@gmail.com e WhatsApp (54) 99696.0634.

Serviço

O que: encontros do Ponto de Memória Inventário Participativo de Galópolis

Quando: até 18 de novembro, com reuniões quinzenais nas terças, às 19h

Onde: salão do campo de futebol (rua Paulino Chaves, 371, Galópolis, Caxias do Sul)

Acesso: gratuito, sem necessidade de agendamento

Datas previstas para os próximos encontros: 21/10, 04/11 e 18/11