Terça-feira, 03 de Dezembro de 2024

Home em foco Investida inédita do poder civil contra integrantes das Forças Armadas atingiu cinco generais de quatro estrelas, gera desconforto e pode provocar divisões internas

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A operação da Polícia Federal (PF) deflagrada na última semana por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) e que tem como alvo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e militares da ativa e da reserva por suposta atuação na tentativa de golpe contra a democracia em 8 de janeiro de 2023 gerou desconforto na cúpula das Forças Armadas.

A ação ocorre num momento em que se tentava articulavar, nos bastidores, um clima de serenidade em relação aos 60 anos do golpe militar, em 31 de março.

Em comunicado à imprensa, o Centro de Comunicação Social do Exército informou que a força terrestre acompanha a operação policial “prestando todas as informações necessárias às investigações conduzidas por aquele Órgão”.

A operação atingiu pelo menos um general de quatro estrelas, integrante do Alto Comando, Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira; ele foi chefe do comando de Operações Terrestres, força de elite do Exército. Também mirou o tenente-coronel Guilherme Marques de Almeida, comandante do 1º batalhão de Operações Psicológicas do Exército, ligado ao comando de forças especiais, tropa de elite do Exército, com sede em Goiânia (GO).

A ação da PF também mirou dois ex-comandantes das forças: o general da reserva Paulo Sérgio Nogueira, que foi ministro da Defesa do governo Bolsonaro; e o almirante Almir Garnier Santos, que liderou a Marinha no governo Bolsonaro.

Também foram alvos o ex-ministro da Casa Civil e ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional Augusto Heleno, ambos generais da reserva.

Outros alvos militares até agora identificados são: tenente-coronel Hélio Ferreira Lima; major das Forças Especiais Rafael Martins, coronel Cleverson Ney Magalhães; coronel Bernardo Correa Netto; capitão da reserva Ailton Moraes Barros, e major da reserva Angelo Denicoli.

Bastidores

A operação da quinta-feira cumpriu 33 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão preventiva, tendo como alvos o próprio Bolsonaro e seus assessores mais próximos, entre civis e militares.

É a maior operação contra Bolsonaro, desde as ações anteriores que envolveram alvos de seu círculo mais próximo, como a busca e apreensão contra o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) na semana passada.

Até então, a ação que havia atingido em cheio o núcleo do ex-presidente e a cúpula militar havia sido a prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e um dos quadros mais respeitados do Exército. Após meses detido, ele fez uma delação premiada, considerada um dos elementos de prova que embasou a operação dessa quinta-feira.

Uma fonte do governo que mantém dialogo com oficiais militares argumentou que a cúpula das Forças Armadas é majoritariamente legalista, e não compactuou com tentativa de deposição do presidente Lula ou ataques às sedes das instituições democráticas em 8 de janeiro do ano passado. A mesma fonte pondera, entretanto, que foi desnecessária a solenidade realizada em 8 de janeiro deste ano, para celebrar a vitória da democracia porque reavivou mágoas entre militares que já estavam serenadas.

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