Sexta-feira, 10 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 9 de outubro de 2025
O governo de Israel ratificou nesta quinta-feira (9) o acordo com o Hamas para um cessar-fogo e a devolução dos reféns em poder do grupo terrorista. Com isso, começa a contar o prazo de 24 horas para a implementação do cessar-fogo na Faixa de Gaza.
O acordo prevê a libertação dos reféns pelo Hamas em um prazo de 72 horas. Mais cedo, o Hamas já havia assinado o acordo e declarado um cessar-fogo permanente. Antes da aprovação do governo de Israel, a proposta passou pelo Conselho de Segurança do país.
Dois dos representantes da extrema direita israelense que compõem o governo de Netanyahu votaram contra a aprovação do acordo, segundo a imprensa israelense: Itamar Ben-Gvir, ministro da Segurança Nacional, e Bezalel Smotrich, das Finanças.
Ao fim da reunião do Conselho, Ben-Gvir disse que ele e seu partido derrubariam o governo de Netanyahu caso o Hamas não fosse desmantelado.
Em uma entrevista ao canal norte-americano Fox News, o ministro de Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa’ar, disse que o país não pretende prosseguir com a guerra após a assinatura do acordo.
Mais cedo, Khalil Al-Hayy, negociador-chefe do Hamas nas conversas sobre o plano de paz, declarou o fim da guerra contra Israel. Segundo ele, o grupo recebeu garantias dos Estados Unidos e de mediadores de países árabes sobre um cessar-fogo permanente.
O plano de paz foi apresentado no fim de setembro pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e negociado com a mediação de Egito, Catar e Turquia. Veja alguns pontos a seguir.
– Reféns: Segundo Israel, o Hamas ainda mantém 48 dos 251 sequestrados no ataque terrorista em 2023. As demais vítimas foram libertas durante a vigência de outros dois acordos de cessar-fogo ou por meio de operações militares israelenses.
A proposta apresentada pelos Estados Unidos prevê que o Hamas terá até 72 horas para libertar todos os reféns, vivos ou mortos. Israel estima que, dos 48 reféns, apenas 20 estejam vivos. Por outro lado, a imprensa americana informou que o grupo terrorista pediu mais tempo para devolver os corpos das vítimas que morreram.
O Hamas alega que não sabe onde estão todos os corpos dos reféns mortos e que precisa realizar buscas para localizar os desaparecidos. Em troca, a expectativa é que Israel liberte quase 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo condenados à prisão perpétua.
– Ataques em Gaza: O plano prevê o fim dos bombardeios na Faixa de Gaza. Segundo Trump, as Forças de Defesa de Israel irão recuar para linhas acordadas com o Hamas, o que indica que tropas ainda permanecerão no território palestino.
Israel concordou em diminuir a área de ocupação em Gaza de 75% para 57% em um primeiro momento. O plano divulgado pela Casa Branca no fim de setembro já previa uma retirada gradual das tropas do território palestino.
O chefe do Estado-Maior de Israel instruiu as tropas a se prepararem para todos os cenários e para a operação de retorno dos reféns.
Antes mesmo do acordo, Trump já havia pedido que Israel reduzisse as operações em Gaza. A mídia israelense informou que os militares receberam ordens para diminuir a ofensiva.
– Início do cessar-fogo: Ainda não está claro quando o acordo de paz começará a valer oficialmente. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que a proposta será votada pelo governo na quinta-feira.
A votação interna do acordo é um procedimento formal do governo israelense. Processos semelhantes ocorreram nos outros dois acordos de cessar-fogo firmados em novembro de 2023 e janeiro de 2025.
Trump deve viajar para Israel nos próximos dias. O presidente dos EUA foi convidado para discursar no Parlamento do país. Na quarta-feira, ele disse a jornalistas que considera visitar a Faixa de Gaza.