Terça-feira, 23 de Setembro de 2025

Home Mundo Israel extermina o povo palestino e tenta aniquilar sonho de fazer uma nação, diz Lula na ONU

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar Israel em uma reunião sobre a criação do Estado palestino na Organização da Nações Unidas (ONU) nessa segunda-feira (22). Lula endereçou críticas aos Estados Unidos, que devem bloquear o reconhecimento da Palestina, usando o que chamou de “tirania do veto”.

No mesmo encontro em que a França reconheceu a independência do Estado palestino, o petista afirmou que a guerra contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza não é somente “o extermínio do povo palestino”, mas uma tentativa de aniquilar seu “sonho de nação”. Ele também disse que a melhor palavra para descrever o caso é “genocídio”.

“O conflito entre Israel e Palestina é símbolo maior dos obstáculos enfrentados pelo multilateralismo. Ele mostra que a tirania do veto sabota a própria razão de ser da ONU, de evitar que atrocidades como as que motivaram sua fundação se repitam”, disse Lula.

A declaração é mais uma crítica ao governo Binyamin Netanyahu, que nos últimos dias afirmou que não haverá um Estado Palestino, diante do crescente apoio expressado à questão nas Nações Unidas.

Desde o ano passado, as críticas de Lula têm provocado insatisfação na comunidade judaica brasileira e entre países ocidentais aliados a Israel. Brasília e Tel-Aviv não têm atualmente embaixadores servindo nos respectivos postos.

“O que está acontecendo em Gaza não é só o extermínio do povo palestino, mas uma tentativa de aniquilamento de seu sonho de nação. Tanto Israel quanto Palestina tem o direito de existir”, afirmou o petista. “Não há palavra mais apropriada para descrever o que está ocorrendo em Gaza do que genocídio”, completou, citando uma comissão de inquérito sobre os territórios palestinos ocupados, que operou perante a ONU.

O presidente relembrou que o Brasil condenou o massacre de 7 de outubro de 2023, perpetrado pelo Hamas. O País não adota a designação do grupo como terrorista, mas Lula voltou a dizer que os “atos terroristas” cometidos são “inaceitáveis”.

Esse foi o primeiro discurso de Lula nas Nações Unidas, um dia antes de abrir o Debate Geral. O petista faz sua 10ª participação na Assembleia Geral da ONU.

Antes de se pronunciar, o governo brasileiro cumpriu uma promessa e formalizou o endosso do País à ação jurídica movida pela África do Sul, com acusação de “genocídio”, contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ).

A decisão havia sido anunciada em julho, mas a documentação jurídica somente foi entregue no dia 17, quarta-feira passada, em Haia. A diplomacia brasileira afirmou que existe um padrão sistemático de destruição física e cultura dos palestinos e que a única inferência razoável é a intenção genocida.

Ele disse que o Brasil vai manter suspensa exportações de material de defesa para Israel e reforçar o controle de produtos importados assentamentos ilegais na Cisjordânia.

“Não podemos demostrar fraqueza diante do terrorismo. Mas o direito deve sempre prevalecer sobre o poder”, disse o presidente francês, Emmanuel Macron. “Nada justifica a guerra em Gaza.”

Conforme Macron 11 países reconheceram perante a ONU a existência do Estado Palestino: França, Reino Unido, Canadá, Austrália, Andorra, Bélgica, Luxemburgo, Portugal, San Marino, Mônaco e Malta.

Antes, a Palestina era reconhecida por 147 dos 193 países membros da ONU. Por enquanto, ela segue como Estado observador, assim como a Santa Sé.

Para diplomatas, os anúncios dos europeus e do Canadá, aliados israelenses no Ocidente, aumenta o peso político e a pressão pelo reconhecimento internacional da Palestina. Mas não o concretiza.

​O reconhecimento formal da Palestina precisa ser votado no Conselho de Segurança das Nações Unidas e aprovado por ao menos 9 votos, mas basta um veto dos membros permanentes para barrá-la.

Dos cinco países com assento fixo (China, Rússia, EUA, França e Reino Unido), somente os americanos devem se opor. O governo Donald Trump, principal aliado de Israel, chamou o reconhecimento do Estado palestino com algo “teatral” e, segundo diplomatas manobrou nos bastidores para reduzir o impulso político.

O Brasil reconhece o Estado da Palestina desde 2010. O governo Lula saudou a decisão de novos reconhecimentos e citou a “convicção histórica” de que este é o único caminho para a paz e a estabilidade no Oriente Médio.

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