Home Variedades Ivan Lins, 80 anos: “Se você tem uma atividade longa e intensa com a música, ela te mantém mais jovem”

Em boa forma (pesa aí um histórico de vice-campeão carioca de vôlei juvenil por dois anos seguidos) e bom humor, ainda muito vaidoso e cercado da família (mulher, cinco filhos e seis netos), Ivan Lins chega esta segunda-feira aos 80 anos de idade. Um dos compositores fundamentais do país, autor de muitos sucessos de alcance internacional (em sua voz e nas dos mais variados intérpretes), ele admite que os 80 anos já não são mais os mesmos para os astros da MPB:

“O Marcos Valle tem 81 e parece um surfista! Mas eu acho que ele é gato, ele falsifica idade (risos). A música é muito prazerosa, acho que se você tem uma atividade longa e intensa com ela, ela te te mantém mais jovem. Mas não penso muito na idade, eu basicamente vivo a vida”, diz Ivan, que acabou de voltar da China de um show com os americanos Dave Grusin (piano) e Lee Ritenour (guitarra), no quais tocou jazz para um público com “90% de jovens, comportando-se como se fosse um show de rock”.

Dia 26 de julho, ele abre no Vivo Rio a turnê retrospectiva dos 80 anos, na qual aproveita para apresentar a inédita “Menino de Gaza”, parceria com Simone Guimarães (“acho que o povo judeu está sendo extremamente ofendido, em suas tradições, por uma cúpula de psicopatas”, explica ele, coerente com o seu histórico de posicionamentos políticos). E ainda este ano, lança um disco com regravações de seus sambas clássicos (e um inédito), com participações de Zeca Pagodinho, Diogo Nogueira, Xande de Pilares, Péricles, Ferrugem e Mart’nália (e nada de seu piano, ali Ivan só canta).

O lançamentos de um documentário e de uma biografia também estão na agenda das comemorações de aniversário. Quando a coisa serenar, lá pelo segundo semestre, Ivan Lins pretende retomar os trabalhos do seu primeiro álbum de inéditas desde “Amorágio” (2012). Que ele quer fazer por razões nada comerciais.

“Desapareceram os CDs, a execução pública caiu na mídia aberta e aí veio a internet. Então, a gente vive basicamente de espetáculos, né?”, provoca o artista. (Com informações do jornal O Globo)