Quarta-feira, 17 de Setembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 16 de setembro de 2025
Com a morte de Robert Redford aos 89 anos, confirmada pelo “New York Times”, voltou à tona uma declaração marcante de Jane Fonda sobre os bastidores da parceria com o astro. Em 2023, durante sua participação no Festival de Cannes, a vencedora de dois Oscars falou com franqueza sobre a relação complexa com o ator ao longo dos anos em que dividiram o set.
Os dois trabalharam juntos em quatro longas-metragens, incluindo o mais recente, “Nossas Noites” (2017), além de “Caçada Humana” (1966), “Descalços no Parque” (1967) e “O Cavaleiro Elétrico” (1979). Fonda relembrou que, embora a química entre os personagens fosse evidente nas telas, nos bastidores o clima nem sempre era dos mais leves.
“Ele não gostava de beijar durante as gravações”, revelou Fonda, que tem hoje 87 anos.
“Ele estava sempre mal-humorado, e eu achava que a culpa era minha”, comentou.
A artista contou que só com o tempo percebeu que o comportamento arredio de Redford não tinha relação com ela. “Acho que já tinha uns 80 anos quando entendi que havia evoluído. Quando ele aparecia no set com horas de atraso e de cara fechada, eu finalmente sabia: o problema não era comigo.”
Apesar das dificuldades, Fonda destacou que havia uma conexão artística verdadeira entre os dois.
“Sempre nos divertimos juntos”, garantiu. Ainda em tom bem-humorado, relembrou uma entrevista de 2017 em que falava sobre a química romântica com o colega: “Vivo para fazer cenas de sexo com ele”, disse na época. “Ele não é fã dessas cenas, mas beija muito bem.”
Contudo, a percepção sobre Robert variava entre seus colegas. Meryl Streep, que contracenou com o ator no aclamado “Entre Dois Amores” (1985), um clássico do cinema romântico, vencendo sete Oscars, trouxe uma visão oposta à de Fonda. Em entrevista, a atriz revelou ter se apaixonado por ele durante as filmagens e destacou a sensibilidade de Redford nas cenas românticas.
Ao lembrar da icônica cena no qual o personagem de Redford lava os cabelos da protagonista, Streep descreveu o momento como profundamente íntimo e comovente. “Já vimos tantas cenas de pessoas fazendo amor, mas nunca uma com tanto amor e delicadeza”, afirmou.
Para ela, a performance do artista foi “sutil e perfeita”, contrariando críticas da época que consideraram sua atuação contida demais.
A agente de Robert Redford, Cindi Berger, disse que o ator morreu nesta terça-feira (16) em sua casa “em Sundance, nas montanhas de Utah — o lugar que ele amava, cercado por aqueles que amava”.
“Sentiremos muita falta dele”, disse Berger, acrescentando que a família pede privacidade. Nascido em Los Angeles, começou a atuar nos palcos no final da década de 1950, antes de iniciar sua carreira na televisão em 1960 e estrear no cinema.
Ele recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator em 1973 por sua atuação em Golpe de Mestre.
Em 1980, ele estreou como diretor, com o filme Gente como a Gente, que ganhou quatro Oscars, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor.
Em 2002, Redford Ganhou um Oscar honorário pelo conjunto da obra.
Redford também era conhecido por ter fundado o Festival de Cinema de Sundance em Utah, promovendo filmes independentes desde o final dos anos 1970.
Em 2014, ele marcou sua presença no Universo Marvel com o papel de Alexander Pierce no filme Capitão América 2 : O Soldado Invernal. Em 2018, anunciou que o filme O Velho e a Arma seria seu último papel nas telas.
(Com informações do jornal O Globo)