Quarta-feira, 14 de Maio de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 13 de maio de 2025
A primeira-dama brasileira Janja protagonizou um “climão” no encontro entre o presidente chinês Xi Jinping e a delegação brasileira ao pedir a palavra para falar dos efeitos nocivos da rede social chinesa TikTok.
Segundo relatos de integrantes da comitiva brasileira, Janja pediu a palavra para falar sobre como a plataforma representava um desafio em meio ao avanço da extrema direita no Brasil. Para ela, o algoritmo favorece a direita.
Segundo relatos, ela ouviu do próprio presidente chinês que o Brasil tem legitimidade para regular e até banir, se quiser, a plataforma.
Nas palavras de um ministro, ninguém entendeu “nem o tema nem o pedido” para falar em um encontro em que não havia falas previstas.
Na avaliação de um integrante da comitiva, a situação foi constrangedora e se tornou ponto negativo de uma viagem com resultados positivos para o Brasil.
Além de Xi Jinping, a primeira-dama da China, Peng Liyuan, teria ficado irritada com o comportamento de Janja durante o encontro.
A postura da brasileira foi considerada desrespeitosa em relação ao presidente Xi Jinping.
A menção ao TikTok é especialmente sensível para a China, já que a plataforma está no centro de uma disputa internacional.
Integrantes da comitiva lembraram que o TikTok está no centro de uma disputa nos Estados Unidos, onde o governo americano tenta forçar a venda da participação da empresa chinesa para uma companhia americana — algo que tem gerado irritação no governo chinês.
O episódio envolvendo a primeira-dama brasileira contrasta com o clima de cooperação que marcou a visita de Lula à China, resultando na assinatura de mais de 30 acordos bilaterais em áreas como infraestrutura, tecnologia e energia renovável.
A postura de Janja, porém, foi vista como um “ponto fora da curva” em um evento cuidadosamente planejado para reforçar os laços diplomáticos entre os dois países.
Protecionismo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nessa terça-feira (13), ao lado do presidente da China, Xi Jinping, que os dois países estão “dispostos a unir suas vozes contra o unilateralismo e o protecionismo”.
Mesmo sem mencionar o nome do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em nenhum momento de sua declaração à imprensa após assinatura de atos com o governo chinês, Lula fez referência à política tarifária do estadunidense. Disse que “guerras comerciais não têm vencedores” e que o “mundo se tornou mais imprevisível, instável e fragmentado” nos últimos meses.
“Há anos, a ordem internacional já demanda reformas profundas. Nos últimos meses, o mundo se tornou mais imprevisível, mais instável e mais fragmentado. China e Brasil estão determinados a unir suas vozes contra o unilateralismo e o protecionismo. A defesa intransigente do multilateralismo é uma tarefa urgente e necessária”, afirmou Lula.
O presidente continuou dizendo que “guerras comerciais não têm vencedores”. “Elas elevam os preços, deprimem as economias e corroem as rendas dos mais vulneráveis em todos os Países. O presidente Xi Jinping e eu defendemos um comércio justo e baseado nas regras da OMC”, declarou. (Com informações do InfoMoney e da IstoÉ)
No Ar: Pampa Na Tarde