Sábado, 08 de Novembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 8 de novembro de 2025
Jogar a não fazer” é uma gíria do jogo de bilhar (sinuca), comum em algumas regiões do Brasil, significa fazer uma jogada com o objetivo de não encaçapar nenhuma bola, mas sim colocar o adversário em uma posição difícil.
É uma jogada puramente estratégica e defensiva, onde a intenção não é marcar pontos, mas sim atrapalhar o oponente.
Em apenas três recentes episódios de tragédias brasileiras é perceptível a estratégia adotada pelo Governo Federal de “ jogar a não fazer”.
Foi assim nas enchentes do RS com mais de 2,2 mil pessoas afetadas, estas sim , vítimas de verdade .
Também na roubalheira dos aposentados do INSS onde mais de 4,1 mil foram vítimas de estelionatários e cúmplices . O governo fez de tudo para o “abafa” e não queria por nada a CPMI , depois que saiu a Comissão participa e “joga a não fazer “, sem menor interesse em desvendar seus autores.
Por fim, as ações nas favelas do Rio de Janeiro com cerca de 1,7 mil moradores que são vítimas do tráfico de drogas, bandidagem e terroristas há décadas.
Nestas três tragédias soma 8 milhões de vítimas da inércia e artimanhas de quem “joga a não fazer” , pois seu objetivo não é fazer pontos , mas sim o prejudicar seu oponente, no caso a oposição .
Depois do acontecido no Rio de Janeiro e da repercussão do fato , o governo acena com uma CPMI que estava engavetada. Não duvide que vai de novo “jogar a não fazer “.
Na ação policial do Rio, a Polícia Federal foi avisada, foi convidada, não quis participar, preferiu ficar fora. Assim, qualquer que fosse o resultado, o governo estaria livre para fazer as críticas que lhe conviesse.
Todos sabiam que haveria resistência e enfrentamentos . Sabiam que haveria confrontos e baixas e mesmo assim o governo federal “jogou a não fazer.”
Depois do fato acontecido é muito fácil criticar e fazer análises precisas e repletas de retóricas rebuscadas .
Responda com sinceridade :
Se um “sniper” fosse descoberto apontando um fuzil para a cabeça do Presidente da República.
A polícia deveria :
A ) Neutralizá-lo efetivamente, antes de um mal maior.
B) Ir lá e convencer o atirador a baixar a arma e se entregar à polícia.
Quem é a favor do presidente vai optar pela opção A
Quem é contra, vai apelar para hipocrisia e escolher a opção B
Para muitos vai depender de quem é o Presidente.
A resposta certa é a opção A independente de quem for.
O certo é que depois da ação , não seria um nem dois a dizer que : “uma vida foi sacrificada e que poderia ter sido um ação mais inteligente”.
Às vezes somos ingênuos, normalmente somos hipócritas.
Uma pesquisa Datafolha mais recente, de outubro de 2025, apontou que 19% da população (cerca de 28,5 milhões de brasileiros) vive em áreas dominadas por facções e milícias. Segundo o Jornalista Rodrigo Constantino, a situação é mais terrível ainda, dados do próprio ministério da justiça, diz que 27% da população brasileira vive sob a ordem de terroristas , impondo leis próprias .
O governo que se declara defensor das minorias e dos excluídos , deveria extirpar as elites dominantes dos morros e favelas do Brasil, libertar os oprimidos desta escravidão , estas as verdadeiras vítimas que não tem nem direito de reclamar.
Nesta estratégia de “jogar a não fazer “ em temas relevantes e ações efetivas do governo, o taco já espirrou várias vezes , e em algumas áreas o governo federal já está em uma sinuca de bico.
Rogério Pons da Silva – Jornalista e empresário