Quinta-feira, 01 de Maio de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 30 de abril de 2025
Míriam Leitão foi eleita imortal da Academia Brasileira de Letras (ABL) nesta quarta-feira (30). A jornalista e escritora de 72 anos ocupará a cadeira 7, que pertenceu ao cineasta Cacá Diegues, morto em fevereiro.
A eleição aconteceu na sede da ABL no Rio de Janeiro, com urnas eletrônicas cedidas pelo TRE-RJ. Míriam venceu com 20 votos, superando o economista, ex-senador e ministro Cristovam Buarque, que recebeu 14 votos. No total, 16 nomes estavam inscritos na disputa, incluindo Tom Farias, Rodrigo Cabrera Gonzales e Edir Meirelles.
Com a escolha, a ABL aumenta a presença feminina no quadro de imortais para cinco nomes. Em maio, ocorrem novas eleições na ABL para os sucessores de Heloisa Teixeira e Marcos Vilaça, que ocupavam as cadeira 30 e 26, respectivamente. Ambos morreram no final de março.
Nascida em Caratinga, Minas Gerais, Míriam Leitão é filha de educadores e começou a trajetória profissional no jornalismo. Ela soma cinco décadas de carreira, ao longo das quais analisou aspectos cruciais da política e da economia brasileiras. Passou por vários veículos de imprensa e atuou no Espírito Santo, São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro.
Desde 1991 no grupo Globo, é atualmente colunista no O Globo e comentarista na TV, além de âncora de seu próprio programa de entrevistas no Globonews.
Míriam conquistou diversos prêmios na área: o Prêmio Maria Moors Cabot, da Universidade de Columbia; o Prêmio Vladimir Herzog de Direitos Humanos, pelo documentário História Inacabada, sobre o desaparecimento de Rubens Paiva; e o Prêmio Esso pela reportagem com Sebastião Salgado sobre o povo indígena Awá Guajá, dentre outros.
Como escritora, tem 16 livros publicados, entre títulos de não ficção, crônica, romance e livros infantis. Pelo livro-reportagem Amazônia na Encruzilhada (Intrínseca), sua obra mais recente, foi escolhida como a intelectual do ano de 2024 do Troféu Juca Pato, que premia, desde 1962, pensadores de relevância nacional.
Com Saga brasileira, a longa luta de um povo por sua moeda (Record), de 2012, venceu o Prêmio Jabuti de livro reportagem e de livro do ano de não ficção. Figurou novamente entre finalistas do prêmio em 2018, com Refúgio no sábado — crônicas (Intrínseca).
Publicou também um único romance, Tempos Extremos (Intrínseca), em 2014. Para o público infanto-juvenil, já lançou oito obras pela editora Rocco.
Aos 19 anos, grávida, Míriam foi presa e torturada pela ditadura militar. É até hoje importante voz na defesa da democracia e da liberdade de expressão. A jornalista é casada com o cientista político Sérgio Abranches, tem dois filhos e um enteado, e quatro netos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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