Quarta-feira, 03 de Setembro de 2025

Home Economia Juiz dos Estados Unidos ordena que Google compartilhe dados de busca com concorrentes

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Um juiz dos Estados Unidos concedeu uma vitória ao Google nessa terça-feira (2) ao rejeitar o pedido de promotores para que a empresa fosse obrigada a vender o navegador Chrome e o sistema operacional Android. A decisão, contudo, determina que o gigante da tecnologia compartilhe dados da busca com concorrentes, como forma de abrir espaço para maior competição no mercado.

As ações da controladora Alphabet subiram quase 7,8% nas negociações após o fechamento do mercado, refletindo o alívio dos investidores.

Embora a obrigação de compartilhar dados possa fortalecer rivais na publicidade digital, a manutenção do Chrome e do Android —considerados peças-chave do ecossistema da empresa— afastou um dos maiores temores de Wall Street.

Deepak Mathivanan, analista do Cantor Fitzgerald, disse que as exigências de compartilhamento de dados representam um risco competitivo para o Google, mas não de forma imediata.

A decisão também trouxe tranquilidade para fabricantes de dispositivos e navegadores, como a Apple, que continuarão a receber os pagamentos bilionários de participação em receitas publicitárias do Google.

Segundo analistas do Morgan Stanley, a Apple recebe cerca de US$ 20 bilhões anuais pela configuração do Google como buscador padrão em seus aparelhos.

Mas a decisão facilitou para que fabricantes de dispositivos e outros que configuram o Google como buscador padrão possam carregar aplicativos criados por rivais da empresa.

O Google já havia declarado anteriormente que planeja apresentar um recurso, o que significa que pode levar anos antes de a empresa ser obrigada a cumprir a decisão.

O CEO do Google, Sundar Pichai, manifestou preocupações durante o julgamento do caso, em abril, de que as medidas de compartilhamento de dados buscadas pelo Departamento de Justiça poderiam permitir que rivais do Google fizessem engenharia reversa de sua tecnologia.

No entanto, Mehta não ordenou que o Google compartilhasse toda a gama de dados solicitados pelos promotores. E mesmo para os concorrentes que receberem os dados, “imitar a Busca do Google não seria tarefa fácil”, escreveu ele.

“Para começar, este remédio exige apenas a divulgação dos dados subjacentes; caberá aos (concorrentes) desenvolver a tecnologia e a infraestrutura para utilizá-los”, afirmou o juiz.

A decisão é parte de uma batalha legal que já dura cinco anos. Em 2024, o juiz Amit Mehta já havia decidido que o Google detém um monopólio ilegal em buscas e publicidade digital.

Desde então, o Departamento de Justiça dos EUA vem pressionando por remédios considerados mais duros, inclusive para impedir que a empresa amplie sua posição dominante no campo da inteligência artificial.

O Google disse que as propostas vão muito além do que é legalmente justificável e isso implicará ceder sua tecnologia a concorrentes. Além do caso sobre a pesquisa, o Google está envolvido em processos sobre seu domínio em outros mercados.

A companhia recorre de uma decisão em favor da Epic Games, criadora de “Fortnite”, que obriga mudanças na Play Store. Em setembro, a empresa deve voltar aos tribunais em outro processo do Departamento de Justiça, que a acusa de manter monopólios ilegais em tecnologias de publicidade online.

Os dois processos do Departamento de Justiça contra o Google fazem parte de uma repressão bipartidária maior dos EUA contra as grandes empresas de tecnologia, que começou durante o primeiro mandato do presidente norte-americano Donald Trump e inclui processos contra a Meta, Amazon e Apple. As informações são da agência de notícias Reuters.

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