Quinta-feira, 25 de Setembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 24 de setembro de 2025
O presidente da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Cristiano Zanin, marcou para outubro o julgamento do núcleo da desinformação da trama golpista de 2022. Foram reservados quatro dias: 14, 15, 21 e 22 de outubro.
Esse será o segundo núcleo da trama golpista a ser julgado no Supremo. Os primeiros réus condenados foram os integrantes do núcleo central da tentativa de golpe de Estado – o ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão.
São réus deste núcleo do processo Ailton Barros (major), Ângelo Martins Denicoli (major e ex-assessor do Ministério da Saúde), Carlos César Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal), Giancarlo Gomes Rodrigues (ex-integrante da Abin), Guilherme Marques Almeida (tenente-coronel), Marcelo Araújo Bormevet (ex-integrante da Abin) e Reginaldo Vieira de Abreu (coronel).
Nas alegações finais, a PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu a condenação dos sete réus do núcleo de desinformação sob o argumento de que cada um deles contribuiu ativamente para as ações contra as instituições democráticas.
Gonet afirma que os ex-integrantes da Abin Giancarlo Rodrigues e Marcelo Bormevet eram integrantes de uma estrutura paralela da agência com papel relevante na produção e disseminação de notícias falsas e ataques contra opositores políticos de Bolsonaro.
Segundo a denúncia, Giancarlo repassava informações sobre perfis ligados à esquerda para contas realizarem ataques virtuais. As publicações marcavam pessoas próximas ao ex-presidente, como o filho Carlos Bolsonaro, para a proliferação dos ataques.
A denúncia também diz que a dupla utilizou “ferramentas variadas” para a ação clandestina dentro da chamada “Abin paralela”. Um desses sistemas seria o FirstMile, que permite monitorar a localização de celulares de alvos específicos. As defesas dos dois réus negam os crimes.
Gonet diz que o major e ex-assessor do Ministério da Saúde Ângelo Denicoli atuou com o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem nos “ataques sistemáticos de Jair Bolsonaro ao processo eleitoral”. Segundo a denúncia, ele era o responsável por converter narrativas infundadas sobre fraude nas urnas em “‘dados’ aparentemente confiáveis, com o objetivo de manipular a opinião pública”.
Já o tenente-coronel Guilherme Marques Almeida é acusado de difundir o material falso sobre fraude nas eleições presidenciais, e o coronel Reginaldo Vieira de Abreu teria tentado interferir no relatório das Forças Armadas sobre o sistema eletrônico de votação.
Segundo a PGR, o réu Carlos César Moretzsohn Rocha foi o responsável por produzir um “relatório técnico maliciosamente manipulado” pelo Instituto Voto Legal para o Partido Liberal pedir a anulação de votos que prejudicaria Lula.
O major da reserva Ailton Barros, último denunciado do núcleo, é acusado de promover ataques virtuais contra os chefes das Forças Armadas que foram contrários à tentativa de golpe de Estado.
Os réus negam terem cometido os crimes pelos quais são acusados. (Com informações da Folha de S.Paulo)