Sábado, 11 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 10 de outubro de 2025
Um júri popular realizado nessa sexta-feira (10) em Porto Alegre teve como desfecho a condenação de um homem a 13 anos e nove meses de prisão em regime inicialmente fechado, por tentativa de homicídio qualificado dentro do Estádio Beira-Rio. O crime foi cometido em dezembro de 2011, durante uma partida em que o ex-atacante colorado Fabiano encerrou sua carreira.
Na denúncia formulada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) consta que o autor do ataque era líder de umas das torcidas do Sport Club Internacional na época. Ele e outros integrantes atacaram com facas, canivetes e estiletes os membros de uma organizada com quem mantinham rixa.
A denúncia apontou diversas vítimas, uma das quais foi identificada como alvo da tentativa de homicídio. A outra sofreu lesões corporais. O MPRS concluiu que na origem do incidente estava a disputa por espaço e benefícios dentro do clube, cujo estádio ainda não havia passado pela reforma que o habilitou a sediar partidas da Copa do Mundo de 2014.
A senteça levou em conta os agravantes de motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima, bem como acusação de associação criminosa armada, com indícios de atividade coordenada para a prática de atos violentos em eventos esportivos. Não foi concedido o direito de recorrer em liberdade. Outros dois réus acabaram absolvidos na mesma sessão do tribunal.
A sentença foi lida por volta das 19h15min, pela Juíza de Direito Eveline Radaelli Buffon, titular do 1º Juizado da 2ª Vara do Júri, após quase 10 horas de julgamento no Foro Central I de Porto Alegre. Durante o dia, seis testemunhas de acusação e defesa foram ouvidas em Plenário, além da oitiva da vítima e do interrogatório dos três réus.
O promotor Eugênio Paes Amorim atuou no plenário, representando o MPRS. Após o resultado do julgamento, ele se manifestou: “Esse julgamento oportunizou um importante reflexão sobre a atuação de delinquentes sob a fachada das torcidas organizadas”.
Já os réus tiveram como advogados de defesa Alaor Verissimo da Silveira, Andrey Moreira, Douglas Jardim Fernandes, Gisela Antia de Almeida, Natalia Capelatto Jordão e Tatiana Vendruscolo Garcia.
Celulares em presídios
Uma reunião realizada na sede do MPRS, em Porto Alegre, teve como pauta a urgência do pleno funcionamento do sistema de bloqueio do sinal de aparelhos de telefone celular nos presídio gaúchos. Participaram representantes da Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo (SSPS), Polícia Penal, Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), empresas de telefonia e da empresa responsável pela infraestrutura contra esse tipo de comunicação por detentos.
A subprocuradora-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Isabel Guarise Barrios, destacou a importância da agilidade do processo e também ressaltou a relevância do tema para a instituição e para a sociedade. A cobrança do MP em relação ao tema foi reforçada por titulares de Promotorias especializadas..
A prioridade do grupo de trabalho é em relação ao funcionamento do sistema de bloqueio de telefonia na Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc). O Ministério Público deve visitar a instituição carcerária no dia 29 de outubro para verificar a situação do aparelho bloqueador.
(Marcello Campos)