Sexta-feira, 18 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 18 de julho de 2025
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) manteve as condenações de Leandro Boldrini e Graciele Ugulini, pai e madrasta de Bernardo Uglione Boldrini, pelos crimes de tortura e abandono material cometidos contra o menino antes de sua morte, em 2014. Além de confirmar as sentenças, a 6ª Câmara Criminal aumentou as penas aplicadas anteriormente aos dois réus.
Com a nova decisão, Leandro e Graciele foram condenados a 13 anos e 15 dias de reclusão, em regime fechado, pelo crime de tortura. Já pelo abandono material, a pena foi fixada em 4 anos, 9 meses e 15 dias de detenção, a ser cumprida em regime semiaberto. Ambos também deverão pagar uma multa correspondente a dez salários mínimos vigentes na época do crime, com correção monetária pelo IGP-M.
O relator do processo, desembargador João Pedro de Freitas Xavier, destacou no voto que Bernardo foi submetido a intenso sofrimento físico e psicológico por parte daqueles que tinham o dever de protegê-lo. “A estrutura familiar mais próxima não apenas falhou em garantir sua segurança, como se tornou a principal fonte de violência e negligência, impedindo-lhe o direito a uma vida digna”, afirmou.
A decisão foi acompanhada pela presidente da Câmara, desembargadora Lizete Andreis Sebben, e pela juíza convocada Geneci Ribeiro de Campos. Um dos crimes inicialmente atribuídos ao casal, o de submissão a vexame e constrangimento, foi extinto devido à prescrição.
A defesa de Leandro Boldrini informou que ainda avalia se recorrerá a instâncias superiores para tentar reverter a decisão. Já os advogados de Graciele Ugulini não se manifestaram até a publicação desta reportagem.
O caso Bernardo
Bernardo Boldrini, de 11 anos, desapareceu em 4 de abril de 2014, na cidade de Três Passos, no interior do estado. O corpo foi encontrado dez dias depois, enterrado às margens do Rio Mico, em Frederico Westphalen.
Em 2019, quatro pessoas foram condenadas pelo homicídio e pela ocultação do cadáver: o pai, Leandro Boldrini; a madrasta, Graciele Ugulini; Edelvânia Wirganovicz, amiga de Graciele; e o irmão dela, Evandro Wirganovicz.
A condenação de Leandro foi posteriormente anulada, e ele passou por novo julgamento em 2023, sendo novamente condenado. Atualmente, ele e Graciele cumprem pena em regime semiaberto. Edelvânia morreu na prisão em abril de 2025. Já Evandro teve a pena extinta em janeiro de 2024.
Nota da defesa
“A defesa de Leandro Boldrini informa que ainda não concluiu a análise integral do conteúdo do acórdão recentemente publicado.
Tão logo finalizado esse exame técnico detalhado, será avaliado se há elementos jurídicos passíveis de impugnação por meio de recurso especial e ou extraordinário.
Caso sejam identificados fundamentos relevantes e haja interesse de Leandro Boldrini na interposição, a defesa adotará as providências cabíveis para recorrer.
Porto Alegre, 18 de julho de 2025.
Ezequiel Vetoretti
Rodrigo Grecellé Vares e
Eduardo Vetoretti”
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