Terça-feira, 04 de Novembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 3 de novembro de 2025
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) determinou que a rede social X, de Elon Musk, remova post do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), no qual o parlamentar chama o partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT (Partido dos Trabalhadores), de “Partido dos Traficantes”.
A decisão é do juiz Wagner Pessoa Vieira, da 5ª Vara Cível de Brasília, em resposta a uma ação de autoria do PT. O juiz considerou que cessar a lesão provocada é medida que se impõe para impedir que maiores danos sejam causados. O X tem 48 horas para fazer a remoção. O parlamentar, porém, pode recorrer a uma instância superior.
Segundo alegou o PT, após a megaoperação realizada nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, em 28 de outubro, Nikolas e outros parlamentares usaram o X para publicar a referida frase com o objetivo de “degradação da honra objetiva do Partido dos Trabalhadores, tentando de forma vil e repugnante associar a imagem de que o requerente é alinhado com o crime organizado”.
A operação foi realizada na última terça-feira (28), quando mais de 2 mil policiais estiveram no Complexo do Alemão e da Penha, o que resultou na morte de 121 pessoas, sendo 117 suspeitos e quatro policiais, segundo o governo do Estado.
Entre os processados pelo PT também estão os deputados Gustavo Gayer (PL-GO), Carlos Jordy ( PL-RJ) e Beatriz Kicis (PL-DF), além do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). A decisão, no entanto, refere-se ao perfil de Nikolas, com o prazo de 15 dias para que o parlamentar se manifeste, sendo que a remoção da postagem deve ser feita em 48 horas.
As ações ainda apontam que a frase chegou a ficar no trending topics da plataforma, com mais de 217 mil posts, entre comentários e compartilhamentos. O PT pediu para que a Justiça determine a exclusão das postagens em caráter liminar, e que os parlamentares indenizem o partido em R$ 40 mil. Já para as pessoas anônimas, o pedido de R$ 10 mil para indenização.
Operação
O Governo do Rio de Janeiro, por meio da Polícia Civil, divulgou na noite deste domingo (2) uma espécie de perfil de 115 dos 117 suspeitos mortos na megaoperação policial realizada no último dia 28. A ação também deixou quatro policiais mortos.
O documento traz os nomes dos homens que, segundo o governo Cláudio Castro (PL), resistiram à abordagem policial e foram mortos.
Dos 115 nomes divulgados, 97 possuem alguma passagem criminal — as anotações da maioria apontam o crime de tráfico, e em alguns nomes não consta qual o crime cometido. O número também inclui quem possui registro como menor infrator.
O governo também lista 10 mortos que não possuem nenhum histórico criminal, mas que teriam ligação com o CV (Comando Vermelho) comprovada por meio de “fotos em redes sociais”. Em um dos casos, o governo aponta que um dos mortos, de 18 anos, não tem nenhuma passagem, mas tem um perfil na rede social Instagram feito em 2022 e que não tem nenhuma foto, o que mostraria “indícios de limpeza de perfil”.
Entre os 115 nomes, 7 não possuem histórico de anotação criminal e nem há informação sobre redes sociais. Além disso, há um nome sem nenhuma informação. O governo também informou que dois laudos do IML resultaram em perícias inconclusivas na identificação dos mortos.