Sábado, 12 de Julho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 12 de julho de 2025
Natural de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, Lexa, 30, é um dos principais nomes da cena funk atual. Voz por trás de hits virais como “Provocar” e “Só Depois do Carnaval”, a artista recorda a importância de ter se apresentado, primeira vez, com o gênero em TV aberta, em 2019.
“Quando eu fui no Faustão, foi muito mais do que realizar um sonho pessoal. Eu levei o funk comigo. Naquela época, não era comum ver o rimo ocupando espaços como aquele. A gente era podado, julgado o tempo todo. Então foi simbólico e histórico”, conta.
Neste sábado (12) data em que celebra o Dia Nacional do Funk, a cantora também afirma que cada espaço conquistado representa um avanço coletivo. “Às vezes é um passo de cada vez, mas eu sinto que está dando certo, todo dia é uma conquista nova. E não é só minha, é da comunidade, das mulheres, do movimento”, acrescenta.
Quando decidiu investir na carreira musical, Lexa trabalhava como padeira. A partir dai, passou a cantar em bailes de favela, vencendo o preconceito que, segundo ela, ainda ronda o gênero. “O funk sempre foi visto como desdém. Mesmo hoje, com tudo que já alcançamos, ainda tem muita gente que tenta diminuir, que olha torto, que marginaliza”, lamenta.
Embora o rimo tenha ganhado o mundo, acumulando bilhões de streams e influenciando artistas internacionais, a funkeira chama atenção para um contraste doloroso: o reconhecimento no exterior não impede os ataques dentro do próprio país.
“É duro ver que, mesmo com tanto sucesso, o funk ainda continua segundo perseguido. Tem artista é valorizado lá fora e desrespeitado aqui. Ainda existe um preconceito muito forte com a cultura de periferia, e isso precisa mudar. Funk é canto da comunidade, é resistência, é cultura viva, e é nosso. O Brasil precisa entender isso”, desabafa.
“Eu saí de um lugar onde tudo era difícil, mas nunca deixei de acreditar. Se hoje cheguei até aqui, é porque o funk abriu esse caminho. E ainda vai abrir muitos outros”, conclui.
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