Quinta-feira, 10 de Julho de 2025

Home Política Líder do governo na Câmara dos Deputados nega envolvimento em escândalo de emendas parlamentares no Ceará

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O deputado federal José Guimarães (PT-CE), líder do governo Lula na Câmara dos Deputados, negou nessa quarta-feira (9) qualquer envolvimento no suposto esquema de mau uso de emendas parlamentares investigado pela Polícia Federal no estado do Ceará.

Guimarães não é investigado, mas teve o nome citado pela Polícia Federal (PF) em um relatório da Operação Underhand, que apura o desvio de recursos públicos por meio de emendas parlamentares.

“Eu não sou objeto de investigação pela Polícia Federal e não fui alvo de nenhuma busca e apreensão nas últimas horas”, declarou o parlamentar.

A Polícia Federal realizou na última terça-feira (8) a Operação Underhand, que apura desvio de verbas públicas por meio de emendas parlamentares e fraudes em licitações envolvendo prefeituras do Ceará. O principal alvo foi o deputado federal Júnior Mano (PSB-CE), que teve o gabinete em Brasília vasculhado por agentes.

A operação é parte de uma investigação que tramita sob sigilo no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a PF, um grupo ligado a Júnior Mano cobrava 12% de “pedágio” das prefeituras sobre o valor das emendas para liberar os recursos e direcionar as contratações. Parte dos recursos desviados teriam financiado campanhas eleitorais nas eleições municipais do ano passado.

Em nota oficial, Guimarães afirmou que não destinou recursos para os municípios cearenses de Canindé e Choró, citados na investigação, e destacou que uma simples consulta ao Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) comprova a inexistência de emendas de sua autoria para essas localidades.

Citação

Além de José Guimarães, os nomes do deputado federal Yuri do Paredão (Avante-CE) e do ex-presidente do Senado e deputado licenciado Eunício Oliveira (MDB-CE) em um relatório da Operação Underhand, que apura o desvio de recursos públicos por meio de emendas parlamentares.

Os três aparecem em trechos do inquérito enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas não são alvos da operação deflagrada na terça nem são investigados.

Segundo a PF, os casos de Guimarães e Eunício são menções indiretas, que ainda exigem aprofundamento nas investigações. No caso de Yuri do Paredão, há registro de uma conversa direta com um dos investigados, mas, de acordo com os investigadores, o conteúdo não configura, por si só, indício de crime.

De acordo com depoimento prestado à Polícia Federal pela ex-prefeita de Canindé (CE), o atual vice-prefeito da cidade, Ilomar Vasconcelos, teria pedido 10% de retorno sobre emendas enviadas por Guimarães à cidade, quando ambos estavam na mesma gestão.

Segundo a ex-prefeita, Ilomar teria conseguido duas emendas junto ao gabinete de Guimarães e, posteriormente, insistido no pagamento de 10% dos valores como contrapartida. Ela afirmou ter recusado o pedido, o que teria levado ao rompimento político entre os dois.

Com base nesse relato, o ministro do STF que analisa o caso, Gilmar Mendes, pediu abertura de novo inquérito.

Ele considerou “adequada a instauração de investigação específica para eventual malversação de recursos advindos de emendas parlamentares, com a possível participação de deputados federais”.

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