Sábado, 27 de Dezembro de 2025

Home em foco Lockdown na China pode afetar produção de Apple, Dell e Lenovo

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Grandes fabricantes de notebooks e smartphones, como Apple, Dell e Lenovo, podem enfrentar atrasos em sua cadeia de produção caso as restrições tomadas pela China para conter os surtos de Covid-19 no país persistam por mais algumas semanas. Boa parte dos componentes desses itens é produzida no país asiático.

Ao menos desde março, a China vem registrando recordes de novos casos de coronavírus, o que levou as autoridades a endurecer as medidas de combate à pandemia. Xangai, um dos principais centros financeiros e econômicos do país enfrenta um confinamento obrigatório que já dura três semanas.

Assim, algumas companhias chinesas, responsáveis pela produção de importantes insumos para o setor tecnológico, chegaram a interromper suas atividades temporariamente, o que, segundo analistas ouvidos pela agência Reuters, pode ter impacto direto na cadeia produtiva do setor em breve.

O receio de uma espécie de “crise de abastecimento” já fez a Apple, por exemplo, cogitar transferir a produção de alguns itens para outros países ou localidades da China em que as medidas restritivas estejam em um estágio menos rigoroso, como Shenzhen. Contudo, nenhuma ação nesse sentido ainda foi efetivamente tomada, apesar da incerteza sobre a flexibilização das medidas sanitárias nas próximas semanas.

Empresas chinesas do setor, como a Huawei e a Xpeng, também já sinalizaram que terão que lidar com enormes custos econômicos caso parte da cadeia produtiva, especialmente a concentrada em Xangai, não retome as atividades em breve.

Confinamento

Há semanas, a cidade mais populosa da China, Xangai, está sob ordens estritas de bloqueio em um esforço do governo chinês para controlar um surto de coronavírus. Seus 25 milhões de moradores estão presos em casa, lutando para se alimentar ou obter ajuda médica a familiares doentes. Outros foram encurralados em centros de quarentena improvisados e hospitais temporários, sem saber quando poderão sair.

Li Moyin, 34 anos, está entre os enclausurados em casa. Ela mora com os pais, ambos na casa dos 70 anos e está confinada desde 27 de março, trabalhando como tradutora por meio período e tentando garantir mantimentos para sua casa. Para Li, que cresceu em Xangai, vendo o outrora movimentado centro financeiro – que os moradores acreditavam anteriormente ser um modelo para equilibrar medidas de prevenção covid com vida normal – vê-la ser transformada em cidade fantasma é inquietante.

Conversando por mensagens de texto e videochamadas com o namorado trancado em outro lugar da cidade, Li passou horas debatendo se medidas tão drásticas são necessárias, especialmente quando a maioria dos casos de Xangai são de pacientes sem sintomas graves.

A perspectiva de um longo bloqueio começou a ter um impacto emocional nas pessoas. Um vídeo amplamente compartilhado mostra moradores de um grande complexo de apartamentos no bairro de Putuo gritando de suas varandas. No vídeo, um espectador diz: “As pessoas não sabem quanto tempo essa situação vai durar.”

De acordo com as normas do governo, os quase 300 mil moradores que testaram positivo para o coronavírus desde o início de março e seus parentes e conhecidos devem ser enviados a centros de quarentena em massa ou para hospitais, dependendo da gravidade dos sintomas. Muitos moradores temem mais isso do que pegar o vírus, porque não querem ficar confinados em hospitais de campanha temporários. Muitas vezes não há médicos e enfermeiros à disposição ou instalações para dormir ou tomar banho.

Vídeos mostram pessoas brigando por suprimentos e, em alguns casos, tentando escapar desses centros. Na quinta-feira, moradores de um complexo de apartamentos no parque de alta tecnologia de Zhangjiang, em Pudong, entraram em confronto com a polícia depois que as autoridades disseram que o complexo seria convertido em um local de isolamento. Imagens postadas mostram a polícia arrastando os moradores; enquanto uma mulher implora para que eles parem, os espectadores gritam: “Por que você está batendo em idosos?”

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