Segunda-feira, 13 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 30 de julho de 2022
O deputado federal e presidente da União Brasil, Luciano Bivar (PE), desistiu de sua candidatura ao Palácio do Planalto e tentará a reeleição para deputado federal. Em troca, Bivar terá o apoio da federação formada por PT, PCdoB e PV para disputar Presidência da Câmara em 2023.
A última pesquisa Datafolha foi o motivo para o desfecho da candidatura de Bivar. Com menos de 1% das intenções de voto, integrantes da União Brasil entenderam que a melhor decisão seria centrar fogo nas candidaturas ao governo e para a Câmara dos Deputados.
Bivar é dono do maior fundo eleitoral e partidário depois da fusão do do PSL com o DEM, feita a partir do apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL).
O político foi o grande responsável pelo lançamento de Bolsonaro à presidência em 2018.
Apoio sem coligação
Petistas acham possível obter o apoio de uma parcela do União Brasil, ainda que sem aliança formal e adesão total da legenda. A ideia dos petistas é que um acerto com o presidente do União Brasil reforçaria o discurso de Lula de que sua candidatura não é de um partido, mas de um movimento.
Se a cúpula do PT conseguir marcar a reunião na semana que vem, dificilmente conversará diretamente com Bivar. Quem tem conduzido negociações com outros partidos é o vice-presidente, Antonio Rueda.
O União Brasil tem capilaridade nos Estados. Mesmo sem adesão total a Lula, políticos do partido poderiam dar maior volume à campanha do ex-presidente da República.
A legenda também é campeã em recursos do Fundo Eleitoral e em tempo de propaganda durante a campanha.
Resistência
A conversa entre PT e União Brasil começou com congressistas das duas legendas nas últimas semanas. Petistas acham quase impossível obter apoio formal do partido.
Caciques do União Brasil vão na mesma linha e classificam as chances de coligação como “praticamente zero”.
Nomes importantes da legenda, como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, dificilmente topariam se aliar a petistas. ACM Neto é pré-candidato de oposição ao governo da Bahia, controlado pelo PT desde 2007.
Uma aliança formal com Lula também traria dificuldades para candidatos a deputado do União Brasil que têm voto antipetista.
A prioridade do partido é eleger uma grande bancada na Câmara para receber o máximo possível do Fundo Partidário. A divisão dos recursos tem o número de deputados federais como principal critério.
O prazo para as convenções partidárias se encerra no dia 5 de agosto, por isso a urgência das tratativas.