Quarta-feira, 01 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 1 de outubro de 2025
Luis Lobianco, de 43 anos de idade, está empolgado com a reta final de Vale Tudo, novela em que interpreta Freitas, o fiel funcionário de Marco Aurélio (Alexandre Nero). Depois de passar boa parte da trama com a autoestima abalada diante de vários comentários tóxicos, o ator torce para que o personagem consiga se dar bem.
“O Freitas é aquele cara que sabe das falcatruas e, até certo ponto, não participa. Ele não recebeu nenhuma vantagem financeira durante todo tempo trabalhando com o Marco Aurélio. É aquela pessoa que, ao mesmo tempo, está e não está inserida naquela elite”, avalia o ator.
Ele acredita que Freitas e Eugênio (Luis Salém) fiquem juntos no final. “Torço para que seja um casal bem trapaceiro”, diverte-se Lobianco, que tem uma cadelinha de estimação, Odete — mesmo nome da vilã de Vale Tudo –, de 5 anos.
O ator conta que, em casa, sempre teve apoio na descoberta de sua sexualidade. “Nunca tive ‘não’, imposição ou atrito na minha família. Foi tudo muito natural, diferentemente do que acontece na maior parte do mundo. O mundo não é assim para a as pessoas LGBTs. A maioria delas vive violências dentro de casa, negação, não reconhecimento, abandono, expulsão”, diz.
Com recordações da primeira versão da novela exibida em 1988, o ator — carinhosamente chamado de Lobi por amigos — ficou com vontade de participar do remake, assim que soube que ele seria produzido. “O público imediatamente comprou a TCA, acreditou naquele ambiente de trabalho com constrangimentos. Há um humor ali, que não está na palavra e, sim, no silêncio, na pausa… É um humor que me interessa”, afirma ele, que alcançou grande projeção profissional ao participar do canal de humor Porta dos Fundos.
Enquanto Freitas tem uma autoestima no chão, Lobianco teve o teatro como principal aliado para exercitar seu amor-próprio. “Faço teatro desde os 11 anos de idade. Acho que a autoestima é uma construção. Cada um com suas dores, suas perdas e seus desafios. Eu tive os meus”, afirma o ator, que teve que lidar com a morte da mãe, Lurdinha, quando tinha apenas 6 anos. “Era bem novo. As pessoas da minha família viram que a arte poderia ter um potencial de cura”, lembra.