Sábado, 07 de Junho de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 5 de junho de 2025
Em um discurso improvisado de 42 minutos na Prefeitura de Paris (França), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou coragem do Congresso para regular as redes sociais, disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro será julgado pelas mortes na pandemia de covid e afirmou que já fez, em dois anos e quatro meses, o dobro do que o que o antecessor realizou em todo o mandato.
Afirmou ainda que jamais conseguiria ser primeiro-ministro se o Brasil adotasse o parlamentarismo.
O discurso ocorreu durante homenagem da prefeita da capital francesa, a socialista Anne Hidalgo, ao petista e à comunidade brasileira na França.
“Nós temos meia dúzia de empresas de aplicativos que mandam no mundo. Estamos precisando trabalhar a regulação das redes digitais. É preciso que o Parlamento tenha coragem. Se o Parlamento não tiver, que tenha a Suprema Corte de fazer uma regulação. Então essa é a briga que nós temos pela frente agora. É uma briga diferente. É uma briga que vai precisar mais participação social”, disse Lula.
No discurso, ele fez duas referências a Bolsonaro. A primeira foi em uma crítica sobre o negacionismo da ultradireita.
“O Bolsonaro, haverá um dia em que ele será julgado como criminoso, por não respeitar a ciência e permitir que no Brasil morressem mais de 700 mil pessoas de covid, quando ele orientava as pessoas para tomar remédio que cientificamente não servia para combater a covid, quando ele fazia discurso para que as pessoas não tomassem vacina porque vacina fazia virar gay, virar mulher, virar jacaré”, disse Lula.
A segunda referência foi para comparar as realizações de seu mandato com as do governo Bolsonaro.
“Eu estou na Presidência tentando fazer aquilo que é possível fazer. Tenho certeza que, em dois anos e quatro meses de governo, nós já fizemos o dobro do que outro governo fez e do que o golpista fez. No campo da educação, da saúde, da construção civil, da geração de emprego, do aumento do salário, eu tenho certeza que nós fizemos o dobro”, afirmou.
Lula, em seguida, referiu-se a uma futura “campanha”, sem esclarecer se se referia às eleições de 2026. “Eu estou convencido de que nós vamos fazer uma campanha muito dura, não apenas no Brasil, mas no mundo, de que a verdade não pode ser derrotada pela mentira pela fake news e pela cretinice.”
E insinuou que não poderá se aposentar da política tão cedo. “Lamentavelmente eu estou prometendo para a minha família parar de lutar desde 1978. Veja quantos anos faz, e cada dia aumenta mais a nossa responsabilidade mais o nosso compromisso.”
O presidente disse que é um produto da democracia e que jamais chegaria ao poder em um regime parlamentarista.
“Se não fosse a democracia, eu não tinha chegado nunca a presidente da República do meu país. Tem muita gente que fala que o parlamentarismo é melhor no Brasil. Mas eu jamais seria escolhido primeiro-ministro dentro do Congresso Nacional. Então a única chance que eu tenho é exatamente o povo votar. Por isso, eu sou o único brasileiro que tem três mandatos de Presidência da República eleito diretamente pelo povo.” (Com informações da Folha de S.Paulo)
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