Sexta-feira, 07 de Novembro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 18 de junho de 2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em reunião ministerial que o programa de barateamento de carros até R$ 120 mil é um “sucesso” e o governo precisa “se preparar” para prorrogar a medida tributária. A afirmação foi confirmada por fontes presentes no encontro entre Lula e seus auxiliares. Após o vazamento da informação, no entanto, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse que Lula estaria “brincando” quando fez essa sugestão.
Apesar de minimizada no Palácio do Planalto, a possível prorrogação da medida opõe, nos bastidores, integrantes do Ministério da Fazenda e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), pastas que estão por trás dessa iniciativa federal.
Isso porque alguns setores do Mdic são favoráveis à ideia de atender aos pedidos das montadoras de automóveis e disponibilizar mais recursos para esse subsídio. O assunto seria objeto, inclusive, de estudos na pasta. Por outro lado, na avaliação de fontes da equipe econômica, a medida pode levar o governo a ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), uma vez que não há dinheiro sobrando para retirar de outras rubricas nem aumento de despesa suficiente para cobrir uma eventual renovação do programa.
“Não é plano do governo [prorrogar o programa de carros]”, disse Rui Costa. “Ele [Lula] fez uma brincadeira quando foi feito o relato de que o programa teve um sucesso absoluto. Esse sucesso absoluta demonstra para todos os atores econômicos do país que, se dermos condições de crédito, vai haver consumo nesse país. Com esse pequeno estímulo, o resultado já é muito expressivo no começo. O presidente está apostando em aumentar o microcrédito para irrigar a economia”, complementou.
Segundo interlocutores, o comentário de Lula foi feito depois que o presidente interrompeu o discurso do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Neste momento, Lula teria direcionado o pedido ao vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que também está à frente do programa.
Um dos críticos à possibilidade de prorrogação é o próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que tem dito que “não há margem” para ampliar o crédito tributário para as montadoras que aderiram ao programa.
Além disso, Lula disse, em entrevista a rádios de Goiás, que está seguro de que o Fundo Monetário Internacional errou ao prever um crescimento de apenas 0,9% para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil este ano. Na avaliação do presidente, o Brasil deve crescer entre 2% e 2,5% ou “até um pouco mais”.
Novo PAC
“Eu estive em Hiroshima, no Japão, na semana passada, por conta do G7, e lá eu tive oportunidade de conversar com a diretora do FMI, que fazia previsão de crescimento de 0,9% do PIB aqui no Brasil. Disse que queria encontrar ela no fim do ano, porque vou à Índia numa reunião do G20, e quero provar para ela que ela estava errada com relação ao PIB brasileiro. Nós vamos crescer mais do que 0,9%, nós vamos crescer acima de 2%, 2,5% e, se acontecer o que eu estou pensando, a gente pode até crescer um pouco mais”, defendeu.
Na mesma entrevista, Lula anunciou que o governo vai lançar no dia 2 de julho “o novo PAC”, versão repaginada do Programa de Aceleração do Crescimento, cujo foco é retomar diversas obras pelo país, como forma de reaquecer a economia. Apesar disso, esta é a terceira vez que a gestão petista altera a previsão de início do programa. Antes, o Palácio do Planalto falava em lançar o “novo PAC” até maio deste ano, esta previsão foi alterada, depois, para junho e, agora, julho. “Quando tomei posse, chamei os 27 governadores dos Estados e levantamos as obras de interesse de Cada Estado. E agora, vamos lançar o novo PAC.”