Segunda-feira, 12 de Maio de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 9 de outubro de 2022
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o uso da máquina pública por Jair Bolsonaro nestas eleições. E chamou de anomalia a realidade da campanha eleitoral no Brasil. “Nós estamos fazendo uma campanha numa certa anomalia, porque nós temos um cidadão que está exercendo a Presidência e que ele está utilizando a máquina do governo para fazer campanha”, apontou Lula, durante entrevista coletiva, em Campinas (SP).
O ex-presidente ressaltou que o uso da máquina por Bolsonaro é o mais grave entre todos os presidentes da República, desde 1889. “Eu estava analisando desde Marechal Deodoro da Fonseca, em 1889, até agora, todos os presidentes juntos. Ninguém utilizou a máquina 10% do que ele tá utilizando”.
Ele afirmou ainda que, em outros tempos, atitudes como a de Bolsonario estariam sendo investigadas investigadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pelo Ministério Público.
Lula comparou com o período em que era presidente da República, em 2006, e disputou a reeleição. “Quando eu era presidente da República, que eu fui candidato à reeleição, a gente só saía para fazer campanha após as seis da tarde. Durante o dia a gente tinha que exercer a nossa função principal que era presidir o país”, disse.
“A gente não podia fazer acordo com prefeito, a gente não podia anunciar dinheiro, não podia anunciar plano. Ele está fazendo tudo. Ele está agindo como se o Brasil fosse uma coisa particular dele, em que ele faz e desfaz do jeito que ele quer, na medida em que ele tenta ganhar voto”, criticou.
O ex-presidente também voltou a disparar contra o temperamento de Bolsonaro. “Não sei se ele se prepara de noite para ser ouvido no dia seguinte, mas como o DNA dele é negativista, ele não consegue falar coisa positiva. É por isso que ele ofendeu nordestino como ofendeu, é por isso que ele disse que comeu índio”, disse, revivendo uma entrevista do então deputado ao The New York Times, na qual Bolsonaro afirmou que não comeu carne de índio em Surucucu por uma falta de adesão da sua comitiva.
Condenações
O uso da máquina pública por Bolsonaro já resultou duas condenações pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE): a celebração do 7 de setembro e o discurso na Assembleia Geral da ONU.
Bolsonaro e Walter Braga Netto foram impedidos de veicular todo e qualquer material de propaganda eleitoral relacionado ao 7 de setembro. A proibição atingiu todas as imagens do presidente capturadas durante os eventos oficiais, sob pena de multa. A decisão proibiu Bolsonaro de produzir novos materiais que explorassem as mesmas imagens.
Sobre o discurso na ONU, o ministro do TSE Benedito Gonçalves reconheceu o uso indevido e determinou a remoção de conteúdos de propaganda, divulgados nas redes sociais de Bolsonaro. Além disso, impôs multa caso as redes sociais TikTok, Twitter, Facebook e YouTube não cumprissem a determinação em 24 horas.
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