Domingo, 06 de Julho de 2025

Home Brasil Lula destaca cenário global mais adverso e critica guerras

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou neste domingo (6) na 17ª Cúpula do Brics — que ocorre no Rio de Janeiro e vai até esta segunda (7). Segundo Lula, o encontro ocorre em um momento de “cenário global mais adverso”, com “número inédito de conflitos desde a Segunda Guerra Mundial”.

Além disso, o chefe do Executivo criticou guerras, em oposição às expectativas iniciais de deixar o assunto para um segundo plano.

Também afirmou que decisão recente da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) — em aumentar gastos com defesa — alimenta a corrida armamentista.

“É mais fácil destinar 5% do PIB para gastos militares do que alocar os 0,7% prometidos para Assistência Oficial ao Desenvolvimento”, disse.

“Isso evidencia que os recursos para implementar a Agenda 2030 existem, mas não estão disponíveis por falta de prioridade política. É sempre mais fácil investir na guerra do que na paz”, prosseguiu o presidente. Segundo ele, falta “prioridade política”.

‘Colapso do multilateralismo’

Na ocasião, ao citar a Organização das Nações Unidas (ONU), Lula afirmou que o mundo presenciou o “colapso do multilateralismo”. E que as reuniões do Conselho de Segurança da ONU reproduzem um enredo que todos conhecem: de “perda de credibilidade e paralisia”.

“A ONU completou 80 anos no último dia 26 de junho e presenciamos colapso sem paralelo do multilateralismo”, pontuou.

Lula também voltou a usar a palavra “genocídio” para se referir ao conflito na Faixa de Gaza. E destacou que o governo brasileiro denunciou o que chamou de “violações à integridade territorial do Irã”, assim já havia feito no caso da Ucrânia.

“Não podemos permanecer indiferentes ao genocídio praticado por Israel em Gaza. A solução só será possível com o fim da ocupação israelense e o estabelecimento um Estado palestino soberano”, justificou.
“Cada dia que passamos com uma estrutura internacional arcaica e excludente, é um dia perdido para solucionar as graves crises que assolam a humanidade”, arrematou.

Segundo o presidente brasileiro, a representatividade e a diversidade do Brics torna o bloco capaz de promover a paz, prevenir e mediar conflitos. Nesse contexto, Lula reforçou a ideia de reforma do Conselho de Segurança da ONU.

Justiça tributária

Ainda no primeiro dia de compromissos da cúpula do Brics, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa do combate à sonegação de impostos. Ele também defendeu que mecanismos para aumentar a carga tributária sobre os mais ricos são “fundamentais”.

“O modelo neoliberal aprofunda as desigualdades. Três mil bilionários ganharam US$ 6,5 trilhões desde 2015. Justiça tributária e combate à evasão fiscal são fundamentais para consolidar estratégias de crescimento inclusivas e sustentáveis, próprias para o século XXI”, declarou.

O discurso está alinhado com a estratégia deflagrada pelo Palácio do Planalto ao longo das últimas semanas para fazer frente à derrubada, pelo Congresso, dos aumentos de alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Ministros e aliados de Lula argumentam que o aumento do IOF não tinha viés somente arrecadatório. Além de garantir a meta fiscal, a medida estaria em um conjunto de ações de “justiça tributária”, termo que o governo adotou nas redes sociais e em entrevistas para apresentar suas propostas.

Nas redes sociais, o PT lançou uma campanha para defender a agenda econômica do Palácio do Planalto. O tema central das peças publicitárias é a taxação dos super-ricos, com a legenda “Taxação BBB: Bilionários, Bancos e Bets”.

Lula, por sua vez, tem reforçado a defesa do aumento da isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais, que o governo prevê compensar com a cobrança de um tributo mínimo sobre rendas mais altas.

Multilateralismo entre as nações

No Fórum Empresarial do Brics neste sábado (5), evento que antecedeu o encontro de líderes, Lula defendeu o multilateralismo entre nações para superar desafios econômicos.

No discurso aos empresários e representantes dos países do Brics, Lula também falou sobre a necessidade de criação de uma “governança multilateral” para regras sobre inteligência artificial, além de “diretrizes claras” sobre o assunto.

No mesmo dia, o presidente participou de reuniões bilaterais com lideranças de países membros e parceiros do Brics — ocasião em que trocou presentes e definiu compromissos.

O Brics é um fórum de articulação político-diplomática e de cooperação em diversas áreas. Na presidência rotativa, cada país propõe eixos de discussão (veja abaixo os países que fazem parte).

Anualmente, os chefes de Estado se encontram para debater os eixos sugeridos e assinar a declaração conjunta.

O Brasil assumiu a presidência do bloco em 1º de janeiro de 2025 e escolheu o Rio de Janeiro — mais precisamente o Museu de Arte Moderna, o MAM — para sediar a cúpula.

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