Sexta-feira, 11 de Julho de 2025

Home Política Lula diz que o Brasil quer negociar, cobra respeito às leis brasileiras e nega que críticas aos Estados Unidos tenham motivado tarifas de Trump

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (10), que o Brasil está disposto a negociar com os Estados Unidos, mas exigiu respeito às leis e instituições brasileiras. Em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, ele negou que declarações críticas feitas durante o encontro dos Brics tenham motivado as tarifas impostas pelo governo de Donald Trump às exportações brasileiras.

“Não aceitamos intromissão nas decisões do Brasil”, declarou Lula, ao criticar a carta publicada por Trump, em que o ex-presidente americano cita o Supremo Tribunal Federal (STF) e fala em “caça às bruxas”. Lula classificou a manifestação como “inadmissível” e disse que, se não houver acordo, o Brasil aplicará tarifas semelhantes a partir de 1º de agosto.

O presidente brasileiro afirmou que a justificativa usada por Trump para as tarifas é falsa. “Os Estados Unidos têm superávit na relação comercial com o Brasil. Alguém está mal informado ou agindo de má-fé”, afirmou. Ele disse que o país recorrerá à Organização Mundial do Comércio (OMC) antes de tomar medidas unilaterais.

Lula também negou qualquer motivação política por trás da retaliação americana. “A relação entre os Brics não é um desafio ao G7, é uma iniciativa pelo Sul global. Não há motivo para nervosismo”, disse, rejeitando a tese de que sua fala no evento internacional tenha irritado Trump.

Sobre críticas por ter visitado a ex-presidente argentina Cristina Kirchner, condenada por corrupção, Lula disse que agiu de forma legal. “Fui com autorização da Justiça argentina, em uma visita humanitária. Não interferi em nada. O que é inaceitável é opinar sobre o Judiciário de outro país”, declarou.

Questionado sobre o papel dos empresários na crise comercial, Lula afirmou que espera união. “Se algum empresário acha que o Brasil deve ceder sempre ao exterior, não tem orgulho de ser brasileiro. Vamos negociar, mas não aceitar imposições”, afirmou.

Apesar da escalada, Lula disse que ainda não vê necessidade de contato direto com Trump. “Não tenho problema em ligar, mas preciso de um motivo. Ele também poderia ter informado a decisão de maneira oficial”, disse, criticando a publicação em site como “falta de respeito”.

O presidente informou que pretende criar uma comissão de negociação com empresários e membros do governo. “Vamos ouvir os setores afetados, procurar novos mercados e construir uma resposta firme. Essa é a postura de um país que quer ser respeitado”, afirmou.

Sobre a possibilidade de convocar a embaixadora brasileira em Washington, Lula deixou a decisão para o Itamaraty. “Acho importante, mas quem decide isso é o ministro Mauro Vieira. Ele saberá conduzir com responsabilidade”, afirmou.

Por fim, Lula voltou a criticar Trump por defender Bolsonaro e disse confiar na Justiça brasileira. “Se ele for culpado, será condenado e preso. Aqui a lei vale para todos, doa a quem doer”, concluiu.

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