Quarta-feira, 22 de Outubro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 26 de agosto de 2023
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, neste sábado (26), que pretende conversar com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para obter apoio à campanha por uma vaga permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O Brasil cedeu à pressão da China na 15ª Cúpula do Brics, na África do Sul, após uma declaração conjunta mais favorável à sua pretensão, assinada pela China de Xi Jinping. A promessa é antiga: em 2004, Lula visitou a China e o Brasil foi a primeira grande economia a conceder ao país o status de economia de livre mercado. Em troca, o então presidente Hu Jintao ofereceu a Lula o assento permanente. Desde então não houve avanços na sonhada ampliação.
Para muitos analistas, o Brasil permitiu a adesão de autocracias ao Brics, o que vai não apenas diluir o poder brasileiro no bloco, como também vai aumentar a postura antiocidental do grupo, com países que apoiam China e Rússia.
“Estou há mais de 15 anos brigando pela participação no Conselho de Segurança. Agora vou falar com meu amigo Biden ‘você pode tratar de começar a defender o Brasil’”, afirmou Lula. O presidente vai aos Estados Unidos em setembro, para a Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. Antes, eles se encontram na cúpula do G20, em Nova Délhi, na Índia.
Dos cinco membros com assento permanente no Conselho, Reino Unido, França e Rússia haviam sinalizado positivamente, o que não ocorreu com EUA e França. “Os Estados Unidos nunca disseram sim, mas também não disseram que não. Eles não querem que a gente entre, mas acho que eles vão mudar. A gente vai brigar com eles para entrar.”
Ministros de Lula dizem que as últimas declarações dos Estados Unidos foram mais favoráveis ao pleito brasileiro e que há um bom momento para fazer o tema avançar. Em janeiro, eles assinaram declaração que dizia: “Os dois líderes expressaram a intenção de trabalhar juntos para uma reforma significativa do Conselho de Segurança das Nações Unidas, como a expansão do órgão para incluir assentos permanentes para países na África e na América Latina e Caribe, de modo a torná-lo mais representativo dos membros da ONU e aperfeiçoar sua capacidade de responder mais efetivamente às questões mais prementes relacionadas à paz e à segurança globais.”